Brasil

Como vivem os executivos presos na Operação Lava Jato

Reportagem da revista Veja afirma que executivos presos em Curitiba precisam disputar camas, mas bebem água Evian.


	Agentes da Polícia Federal em ação da Operação Lava Jato
 (Divulgação / Polícia Federal)

Agentes da Polícia Federal em ação da Operação Lava Jato (Divulgação / Polícia Federal)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 12h06.

São Paulo - Presos na Operação Lava Jato, presidentes, vice-presidentes e diretores de grandes empreiteiras têm enfrentado um dia-a-dia de privações na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, segundo mostra reportagem publicada pela revista Veja.

De acordo com o texto, parte dos executivos é obrigada a dormir no chão, uma vez que não há camas suficientes para todos.

A restrição ao cigarro também tem incomodado os presos. Segundo a reportagem, quatro deles estão usando adesivos de nicotina para apaziguar os sintomas da abstinência.

Veja a seguir dez detalhes que mostram como é a vida dos executivos na prisão, segundo a reportagem de Veja:

Camas

Sem camas suficientes para todos, parte dos presos dorme no chão. São três beliches para ao menos 12 presos. O critério para decidir quem teria um sono mais confortável foi a idade: mais velhos nas camas e mais novos no chão.

Lounge

Assim que acordam, os presos empilham os colchões do lado de fora das celas, para que sirvam de sofás. É nesse lounge improvisado que eles passam a maior parte do dia.

Paletó

Segundo a reportagem, nenhum dos executivos usa uniforme. A maioria passa o dia de chinelos, jeans e camisa polo. No entanto, o presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini, faz questão de passar o dia de paletó.

Desentupidor

A revista conta que, num fim de semana, um dos três banheiros usados pelos executivos entupiu. Quem resolveu o problema foi o diretor-presidente da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca.

Banho de sol

De acordo com a publicação, os presos pediram mudanças no horário do banho de sol. Queriam que fosse mais tarde, já que o pátio ainda é frio nos horários programados: das 8h às 10h e das 10h às 12h. O pedido foi negado. Os dois turnos são para evitar que Alberto Youssef tenha contato com os outros presos, já que muitos foram detidos após delação do doleiro.

Abstinência

Quatro presos estão usando adesivos de nicotina para aliviar a abstinência. O presidente da UTC, Ricardo Pessoa, é um dos que vem sofrendo com a falta do cigarro, proibido inclusive no pátio.

Choro

Apontado como coordenador do clube das empreiteiras, Ricardo Pessoa é o mais abatido dentre os presos. Em alguns momentos, quando está sozinho, o executivo chora.

Água Evian e chocolate belga

A PF não permite entrada de refeições vindas de fora. A exceção é para biscoitos, chocolates e outros produtos em embalagens fechadas. A única bebida autorizada é água. Segundo a reportagem, os presos aproveitam com podem a permissão, e já receberam chocolate belga e água da marca francesa Evian.

Parlatório

Todas as visitas são recebidas no parlatório, onde os presos falam com parentes e advogados por telefone, separados por um vidro. Das três cabines, só duas estão disponíveis, pois o doleiro Youssef quebrou o vidro de uma delas durante uma discussão com um visitante.

Jogatina

Encontrar formas de passar o tempo também parece ser um desafio para os executivos. Segundo a reportagem, advogados tentaram entregar baralhos e fichas aos presos. A PF não autorizou.

Veja agora 6 respostas para entender de vez a Operação Lava Jato.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesOperação Lava JatoPolícia Federal

Mais de Brasil

Itaipu Parquetec e JAQ anunciam acordo de R$ 150 mi para hidrogênio verde no transporte marítimo

Presidente eleito do Uruguai e Lula conversam sobre acordo Mercosul e UE: 'Estamos otimistas'

Lira diz que medidas de corte de gastos contarão 'com boa vontade' da Câmara e que IR fica para 2025

Unicef pede para Austrália consultar jovens sobre lei que restringe acesso a redes sociais