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Como será, afinal, o time de governo de Bolsonaro?

Declarações polêmicas de Eduardo Bolsonaro trazem à tona discussões sobre a disposição do provável futuro presidente de jogar dentro de suas regras

Imagem de arquivo: Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministra do STF, criticou a fala de Eduardo Bolsonaro

Imagem de arquivo: Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministra do STF, criticou a fala de Eduardo Bolsonaro

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 06h13.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 12h00.

Qual será, afinal, o time de Jair Bolsonaro caso de fato seja eleito presidente no próximo domingo? Qual a capacidade deste time de levar adiante políticas que tirem o Brasil do atoleiro? E qual o comprometimento deste time com as instituições democráticas, com o meio ambiente e com o pacote de reformas tão necessário para o país?

Estes devem pontos de atenção de analistas nos próximos dias, enquanto o capitão reformado do exército seguirá a agenda de encontros visando a montagem de seu futuro governo. Ontem, ele recebeu em sua casa, no Rio, o astronauta Marcos Pontes, cotado para a pasta de Ciência e Tecnologia.

Entre os principais candidatos a assumir altos postos num futuro governo estão nomes com pouca experiência na gestão pública ou defensores de planos tidos até aqui como excessivamente vagos ou de difícil execução. Entre eles estão o economista Paulo Guedes, cotado para um superministério da Economia, o presidente do PSL, Gustavo Bebbiano, cotado para a pasta da Justiça, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), cotado para a Casa Civil, e um grupo de generais que devem comandar os ministérios da Defesa, Educação, Intraestrutura e Ciência e Tecnologia.

Os militares são defensores de projetos com propostas polêmicas, como a revisão na literatura sobre a ditadura militar nas escolas e a retomada de construção de grandes hidrelétricas na Amazônia, além da retomada da usina nuclear de Angra 3.

Um episódio revelado ontem voltou a trazer temores de outra natureza: de que um futuro governo poderia estar disposto a jogar dentro de suas próprias regras. Em setembro, o vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, já havia afirmado o desejo de elaborar uma nova constituição com uma equipe de notáveis, passando por cima do Congresso. Desta vez, o alvo do time de Bolsonaro foi o Supremo Tribunal Federal.

Foi revelado um vídeo gravado há quatro meses em que Eduardo Bolsonaro, filho do candidato e cotado para assumir a presidência da Câmara, afirma que para fechar o Supremo basta “um soldado e um cabo”. Ele respondeu a uma questão sobre o que poderia acontecer caso o tribunal tentasse impugnar a candidatura de seu pai.

A declaração foi desautorizada por Bolsonaro, que afirmou que tentar fechar o Supremo é “coisa de psiquiatra”. Seu filho foi às redes sociais para “pedir desculpas” e dizer que o momento é de “acalmar os ânimos”. Mas a fala foi criticada por Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministra do STF, que disse que “juiz algum se deixa abalar” com manisfestações como essa. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a declaração “beira o fascismo”.

A montagem do cada vez mais provável futuro governo, e o histórico de seus integrantes, será tema de intensa análise nos próximos sete dias.

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