Brasil

Como fica a cobrança de imposto sobre armas de fogo após decreto de Lula

O governo decidiu restabelecer as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes

Armas: O IPI incide sobre os produtos industrializados, e o valor costuma ser repassado ao consumidor no preço final das mercadorias (Yegor Aleyev/Getty Images)

Armas: O IPI incide sobre os produtos industrializados, e o valor costuma ser repassado ao consumidor no preço final das mercadorias (Yegor Aleyev/Getty Images)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 1 de novembro de 2023 às 11h37.

Última atualização em 1 de novembro de 2023 às 11h39.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou na terça-feira, 31, um decreto que restabelece as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes. Publicado no Diário Oficial da União, o texto altera a tabela publicada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) em julho de 2022 que definiu o IPI sobre armas de fogo de em 29,25%.

O IPI incide sobre os produtos industrializados, e o valor costuma ser repassado ao consumidor no preço final das mercadorias. O decreto amplia para 55% a alíquota sobre revólveres, pistolas, espingardas, carabinas, spray de pimenta e outros equipamentos. Cartuchos e outras munições terão reajuste de 13% para 25%. Segundo o governo federal, o aumento do IPI tem o potencial de arrecadar até R$ 1,1 bilhão em três anos. Seria R$ 342 milhões em 2024, R$ 377 milhões em 2025 e R$ 414 milhões em 2026. A medida passará a ter efeito apenas no primeiro trimestre de 2024.

Na justificativa da medida, o Palácio do Planalto afirma que a decisão se alinha com a proposta de desarmamento da população. Desde que Lula assumiu a presidência, o governo tem tornado mais rígido o controle sobre armamentos e munições. "A medida se alinha com uma perspectiva conceitual de desarmamento da população civil, de recadastramento das armas em circulação e de combate à criminalidade. A política de recadastramento de armas permitidas e de uso restrito contabilizou em cinco meses 939 mil armas recadastradas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, 99% do total", justificou o Palácio do Planalto em nota.

Em julho, Lula assinou um decreto para controle de armas. O texto teve como objetivo a redução de armas e munições acessíveis para civis, além de retomar a restrição entre armas de uso dos órgãos de segurança e armas acessíveis aos cidadãos. Uma das principais mudanças foi que a Polícia Federal passou a ser responsável pela fiscalização dos egistros para Caçadores, Atiradores e Colecionadores, os chamados CACs. Antes da nova medida, o exército era responsável por fiscalizar os CACs. Além disso, o decreto proibiu clubes de tiro aberto 24 horas.

Dados de armas no Brasil

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou um aumento de 26% no número de armas de fogo nas mãos de civis em 2022. O registro de armas de fogo ativos no SINARM/Polícia Federal passou de 1.994.891 em 2021 para 2.300.178 em 2022. Em 2017, o número era de 637.972, o que representa um aumento de mais de 350% nos últimos cinco anos. O certificado de registro ativos para as atividades de caçador, atirador esportivo e colecionador (CAC) subiu para 783.385. Entre 2018 e 2022, foi observado um crescimento de 665.918 certificados, visto que em 2018, o Brasil tinha 117.467 CACs ativos. As armas de fogo seguem como o principal instrumento utilizado para matar no Brasil.Segundo o documento, 76,5% dos homicídios foram praticados com uso de revólver.

Acompanhe tudo sobre:ImpostosArmasLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas