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Como esses executivos enxergam a mobilidade das cidades no pós-pandemia

Painel "Mobilidade urbana e desenvolvimento econômico", do Fórum EXAME de Infraestrutura discutiu como futuros da cidade e da mobilidade

São Paulo:  Quem deixar de pagar o IPVA será multado (Andrew Harrer/Bloomberg News/Bloomberg)

São Paulo: Quem deixar de pagar o IPVA será multado (Andrew Harrer/Bloomberg News/Bloomberg)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 9 de novembro de 2021 às 19h55.

Última atualização em 15 de novembro de 2021 às 13h08.

Como a pandemia influenciou na mobilidade das cidades? O painel "Mobilidade urbana e desenvolvimento econômico", do Fórum de Infraestrutura promovido pela EXAME nesta terça-feira foi atrás de algumas dessas respostas. Abaixo, é possível assistir ao evento completo.

O painel foi intermediado pela editora de Macroeconomia da EXAME, Fabiane Stefano, e contou com as presenças de André Turquetto, diretor-geral da Veloe, André Iasi, da Estapar e André De Angelo, da Acciona.

Todos eles são executivos que tiveram negócios diretamente impactados pelo isolamento social e discutiram no evento como as cidades devem se preparar para oferecer uma dinâmica melhor de mobilidade pós-pandemia.

A Veloe é especializada em tecnologia para fluxos de cancelas e pedágios, a Estapar administra estacionamentos e a Acciona é a empresa vencedora da licitação para a conclusão da Linha 6 do metrô de São Paulo.

"A gente foi impactado porque trabalhamos com mobilidade urbana. A gente trabalha com empresas que utilizam pedágios, estacionamentos e são frotistas. E essa são atividades que afetam nosso negócio, mas o principal que afeta nosso negócio foi uma repulsa pelo manuseio de dinheiro, o que fez com valorizasse nosso negócio digital. Houve também uma valorização do contato invisível. Além disso, muitas pessoas não quiseram manter contato com outras pessoas. E isso tem tudo a ver com o negócio do pedágio, por exemplo, porque você não quer pessoas ali, troca de dinheiro. A não necessidade de uma pessoa ir do ponto A ao ponto B acho que vai ser o principal legado da pandemia", explica André Turquertto.

Quanto ao futuro das cidades, o executivo destaca a necessidade de transporte público de qualidade. "As cidades não tem boas calçadas para transitar, por exemplo. Então a gente é imbuído a usar o carro porque o contexto das cidades é do uso do veículo", diz.

No caso da Estapar, André Iasi cita que os estacionamentos acabam sendo um bom termômetro do ritmo de retomada das atividades. Apesar de reconhecer que novos hábitos vieram para ficar, Iasi afirma que certos comportamentos continuarão os mesmos.

"Com a evolução da vacinação, a gente vê que a questão da circulação nas cidades voltou a acontecer rapidamente. Nós somos um bom termômetro para entender os setores que a gente atua, como shopping centers, arenas, edifícios comerciais. Conforme esses segmentos foram abrindo, a gente vê a movimentação voltando. Uma das coisas que eu acho que a pandemia trouxe para as empresas foi fazer com que todas elas ficassem mais eficientes na gestão de custos, principalmente as que foram mais impactadas. Você também teve adoção de diversas tecnologias. Você vê também as pessoas querendo menos contato também e menos dinheiro em circulação. Eu vejo que as coisas vão voltar, sim, da forma que eram muito mais rápido. Óbvio que vai ter trabalho híbrido, por exemplo, mas na hora que você abre uma arena por exemplo, ela lota. Então as pessoas querem se entreter e se encontrar. Isso deve acontecer na sequência", dia Iasi.

Com novas dinâmicas de locomoção nas cidades, o executivo da Estapar também conta que a empresa precisou lançar formatos novos, como planos mais flexíveis para usuários. Em vez de 30 dias, são 15.

Nesse pós-pandemia, a empresa tem 15% da receita das vendas adquiridas via canais digitais. Antes da pandemia, eram 3%.

Como opera no setor de construção, o negócio da Acciona, em que é diretor André De Angelo, foi impactada de forma diferente. A empresa ganhou a licitação para terminar as obras da linha 6 do metrô de São Paulo.

Para o futuro, De Angelo defende a interligação dos modais. Ele diz que é preciso também considerar que o trabalho remoto é de nicho, para cerca de 11% da população.

"A gente às vezes acha que o home office veio para mudar tudo, mas nao é bem assim. O horário do rush continua existindo, o trânsito também", diz De Angelo.

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