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Como as 3 propostas para mudar o FGTS podem afetar seu bolso

Nesta terça, Câmara analisa mudança nos rendimentos do FGTS. Assunto virou mais uma queda de braço entre Planalto e Congresso

O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante sessão da ordem do dia para analisar o Projeto de Lei 2020/15 (Gustavo Lima / Câmara dos Deputados)

O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante sessão da ordem do dia para analisar o Projeto de Lei 2020/15 (Gustavo Lima / Câmara dos Deputados)

Raphael Martins

Raphael Martins

Publicado em 18 de agosto de 2015 às 13h00.

Última atualização em 3 de agosto de 2017 às 15h21.

São Paulo – A Câmara dos Deputados deve votar hoje (18) um projeto que redefine os rendimentos das contas vinculadas ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Essa é mais uma das "pautas-bomba" a serem votadas no Congresso que amedrontam o Planalto por alterações significativas no caixa da União.

Hoje, o rendimento do FGTS é de 3% ao ano mais Taxa Referencial (TR). Desde 1991 o fundo passou a ser corrigido pela TR, mas, de 1999 para cá, essa atualização deixou de acompanhar a inflação.

Enquanto a TR variou 30% em cerca de 15 anos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) teve variação superior a 150%.

Para corrigir a defasagem, que tira poder de compra dos contribuintes, três propostas serão discutidas hoje.

A proposta que tem apoio de Cunha

A primeira mostra porque esta é considerada uma "pauta-bomba". A proposta apadrinhada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), pretende corrigir os rendimentos do FGTS para algo mais próximo dos rendimentos da poupança, isto é, um aumento de 3% para 6,17% mais TR. Na prática, a proposta dobra a remuneração do fundo para os depósitos feitos a partir de janeiro de 2016.

O temor do Planalto é que a taxa mais elevada  venha a comprometer ainda mais as contas públicas e a zerar os cofres do fundo. Como é o dinheiro do FGTS que auxilia o financiamento de obras de habitação, saneamento e infraestrutura, o governo terá que aumentar o custo de concessões de crédito e financiamentos da Caixa Econômica Federal, por exemplo.

A alternativa do governo 

Para isso, o governo sugere que o rendimento seja uma divisão de parte do resultado de cada ano do fundo, colocando como teto para repasse distribuído o lucro anual. Cada trabalhador receberia um valor adicional proporcional ao seu saldo. Atualmente, esse dinheiro é reaplicado no próprio fundo.

A terceira via 

A terceira alternativa é a proposta do deputado Carlos Marun (PMDB), que é muito semelhante à do governo, mas aplica reajustes percentuais ao rendimento. A distribuição será proporcional ao saldo do contribuinte ao fim do ano e será de 30% em 2016, 40% para 2017 e 50% nos anos seguintes.

A sessão que decide a matéria no Plenário está convocada para as 14 horas.

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