Sistema Cantareira: desde maio de 2014, o sistema responsável por abastecer 8,1 milhões de pessoas, operava com a chamada "reserva técnica" (Vagner Campos/A2 FOTOGRAFIA/Fotos Públicas)
Valéria Bretas
Publicado em 28 de março de 2016 às 13h42.
São Paulo – Desde que o principal reservatório de água da Grande São Paulo começou a operar no limite de sua reserva (volume morto), a população teve que lidar com a indisponibilidade de água e, consequentemente, mudar o seu padrão de consumo.
Com o sistema Cantareira no vermelho, e ainda responsável pelo abastecimento de mais de 8,1 milhões de pessoas, os relatos da falta de água foram intensificados pelo país.
Dados do grupo Kantar, líder mundial no monitoramento e análise de dados, mostram que no ano passado, 34% da população da Grande São Paulo afirmou sofrer diariamente com a falta do recurso. Percentual bem superior se comparado ao da Grande Rio de Janeiro (7%) e no Norte e Nordeste do país (6%).
Ainda de acordo com a Kantar, pelo menos 45% da população teve que lidar em algum momento com a falta de água. Alguns viram o encanamento secar por até duas vezes na semana.
O risco de escassez total fez 7 em cada 10 brasileiros ajustarem o seu consumo diário. Em suma, os brasileiros diminuíram a duração e a quantidade de banhos na semana.
“O consumidor se adaptou ao momento, buscando opções do mercado que permitissem superar o momento de crise com maior conforto possível”, diz, em nota, a diretora comercial da Kantar Worldpanel, Christine Pereira.
Na análise do grupo Kantar, mesmo com o aumento das chuvas e o Cantareira operando fora do volume morto, o cenário ainda deve ser encarado com preocupação. “Será que isso é o suficiente para garantir que continuaremos a ter água disponível no futuro?”, questiona a empresa.
Veja como a vida do brasileiro mudou após a crise da falta d´água.