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Como a CBF está ligada com o esquema de corrupção da FIFA

Veja sete respostas sobre o maior escândalo de corrupção da história do futebol, que durou mais de 20 anos e tem 3 brasileiros envolvidos


	José Maria Marin, ex-presidente da CBF: preso na operação do FBI que investiga esquemas de corrupção no futebol
 (REUTERS/Jorge Adorno/Files)

José Maria Marin, ex-presidente da CBF: preso na operação do FBI que investiga esquemas de corrupção no futebol (REUTERS/Jorge Adorno/Files)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2015 às 17h09.

São Paulo - O mundo do futebol acordou nesta quarta-feira estremecido. Grandes cartolas - incluindo o ex-presidente da CBF, José Maria Marin - foram presos, acusados pela Justiça dos Estados Unidos de terem recebido propinas milionárias em esquemas de corrupção no futebol.

Parte destas propinas se referem à organização da Copa do Brasil, da Taça Libertadores da América e também da Copa América. 

Entenda o que está acontecendo.

Por que a FIFA está sendo investigada? 

Segundo nota oficial do Departamento de Justiça norte-americano, 14 réus são acusados de extorsão, fraude e conspiração para lavagem de dinheiro, entre outros delitos, em um esquema de mais de 24 anos para enriquecer através da corrupção no futebol. Sete deles foram presos na Suíça.

Quanto foi movimentado no esquema de corrupção? 

O esquema é estimado em mais de 150 milhões de dólares.

Como funcionava o esquema? 

A investigação afirma que desde 1991, dirigentes da Fifa usaram suas posições para firmar parcerias com executivos de marketing esportivo para comercialização de direitos de mídia e marketing de diversas competições. Por ser um negócio extremamente lucrativo, tais executivos usavam as propinas para impedir que outros concorrentes disputassem o negócio. 

As autoridades também investigam a escolha da África do Sul como sede da Copa de 2010 e as eleições presidenciais da Fifa em 2011.

A secretária de justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch, explica como funcionava o esquema de corrupção na Fifa. (REUTERS/Shannon Stapleton)

Qual é a relação da CBF com o caso? 

A CBF está sendo investigadas em dois esquemas: um de direitos de transmissão de campeonatos e outro de patrocínio. 

Segundo a investigação americana, a CBF cobrou propinas de parceiros comerciais para que tivessem o direito de transmissão da Copa do Brasil entre 2009 e 2014. 

Uma propina de R$ 2 milhões teria sido paga pela Traffic, maior agência de marketing esportivo da América Latina, a José Maria Marin, ex-presidente da entidade.

A Traffic pertence a José Hawilla, réu confesso, que concordou em devolver pouco mais de R$ 475 milhões de seu patrimônio.

A empresa também teve exclusividade na comercialização de direitos internacionais de TV da Copa do Mundo no Brasil, no ano passado.

Outra revelação é de que a Nike pagou uma propina de US$ 40 milhões (cerca de R$ 127 milhões) em uma conta na Suíça para fechar um contrato com a CBF para patrocinar a seleção brasileira.

Quem são os brasileiros que estão na mira do FBI? 

Três brasileiros estão sendo investigados pelo FBI:

José Maria Marin: ex-presidente da CBF de 2012 a 2014 e membro do comitê organizador do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 2016.

José Hawilla: dono da Traffic Group, maior agência de marketing esportivo da América Latina. O empresário de 71 anos fez um acordo com a Justiça americana, confessou os crimes de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Ele vai ter que devolver US$ 151 milhões. A Traffic é a atual responsável pelos direitos de transmissão de competições esportivas como a Taça Libertadores da América. Ela teve também exclusividade na comercialização de direitos internacionais de TV da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

José Margulies: proprietário das empresas Valente Corp e Somerton, ligadas a transmissões esportivas.

A secretária de justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch, explica como funcionava o esquema de corrupção na Fifa. (REUTERS/Nacho Doce)

A Copa do Mundo de 2014 está sendo investigada?

Não. Por enquanto, apenas a escolha da África do Sul como sede da Copa de 2010 está sendo investigada.

Quais os próximos passos? 

A Justiça dos Estados Unidos garantiu que esse é apenas o início de uma investigação maior, que quer acabar com a corrupção no futebol.

"O objetivo é limpar de vez o futebol", disse Kelly Currie, promotor federal de Nova York.

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