Brasil

Comitiva cobrará informações sobre crimes contra ativistas

A entidade sueca Fundação Right Livelihood cita dados que indicam que o número de ativistas ameaçados ou vítimas da violência cresceu 177,6% de 2010 para 2011


	Integrantes do MST: hoje (1º), a delegação sueca deve visitar três assentamentos do MST, entre eles o 17 de Abril, em Eldorado dos Carajás, no Pará.
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Integrantes do MST: hoje (1º), a delegação sueca deve visitar três assentamentos do MST, entre eles o 17 de Abril, em Eldorado dos Carajás, no Pará. (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília – Uma delegação internacional da Fundação Right Livelihood chegou ontem (31) ao Brasil para cobrar esclarecimentos sobre o assassinato de militantes sociais ligados principalmente à Comissão Pastoral da Terra (CPT) e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A entidade sueca cita dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que indicam que o número de ativistas ameaçados ou vítimas da violência cresceu 177,6% de 2010 para 2011, passando de 125 para 347 casos no período. A fundação menciona o assassinato de um dos líderes do MST, Cícero Guedes, em janeiro deste ano, como um dos crescentes ataques contra ativistas brasileiros envolvidos na luta pela reforma agrária.

A delegação é formada por dois ganhadores do chamado Prêmio Nobel Alternativo (Right Livelihood Award), concedido desde 1980 pela entidade, a inglesa Angie Zelter e o biólogo argentino Raúl Montenegro. Também integra a comissão a ex-parlamentar sueca Marianne Andersson, que faz parte do conselho diretivo da fundação.

Hoje (1º), o grupo deve visitar três assentamentos do MST, entre eles o 17 de Abril, em Eldorado dos Carajás, no Pará. Em nota, a fundação avalia que a violação contra os movimentos sociais no estado é “particularmente grave, com elevado índice de desmatamento e grande número de casos de flagrantes de trabalho em condição semelhante à escravidão e de ameaças a defensores dos direitos humanos”.

Dos 29 casos de ativistas rurais mortos em 2011, no país, em função de sua militância, 12 ocorreram no estado, segundo levantamento da CPT.


Amanhã (2), a delegação participa de um debate público sobre a impunidade em casos de violação aos direitos humanos. O evento ocorrerá no campus de Marabá da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Ainda em Marabá, o grupo vai acompanhar, a partir de quarta-feira (3), o julgamento dos três acusados de matar o casal de extrativistas paraenses José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. Os dois foram mortos a tiros em maio de 2011.

Criado para “honrar e apoiar aqueles que oferecem respostas práticas e exemplares aos desafios mais urgentes” da população mundial, o chamado Prêmio Nobel Alternativo já foi concedido pela Fundação Right Livelihood a personalidades ou instituições brasileiras em cinco ocasiões: à CPT em conjunto com o MST (1991), ao agrônomo e ecologista José Lutzenberger (1988), ao teólogo Leonardo Boff (2001), ao ativista Chico Whitaker Ferreira (2006), e ao bispo da Prelazia do Xingu e presidente do Conselho Indigenista Missionário, Dom Erwin Kräutler (2010). A cerimônia de entrega do prêmio ocorre anualmente, no Parlamento da Suécia.

Acompanhe tudo sobre:JustiçaMortesMST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

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