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Comitê sugere multa por gasto de água

A proposta deve ser feita hoje com objetivo de tentar evitar o racionamento generalizado nas cidades abastecidas pelo Sistema Cantareira


	Serra da Cantareira: ontem, o Cantareira estava com 19,4% da capacidade, o menor nível da história
 (Wikimedia Commons)

Serra da Cantareira: ontem, o Cantareira estava com 19,4% da capacidade, o menor nível da história (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 09h07.

São Paulo - Após o programa de descontos criado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para quem reduzir o consumo de água na Grande São Paulo, o comitê anticrise criado para tentar evitar o racionamento generalizado nas cidades abastecidas pelo Sistema Cantareira deve propor hoje que prefeituras paulistas adotem medidas efetivas para coibir o desperdício.

Entre as medidas estão a aplicação de multas por desperdício, além da cobrança para que entidades que representam as indústrias e os grandes produtores rurais estimulem o uso racional da água.

Em reunião hoje, o grupo formado pela Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão estadual, pela Sabesp, e pelos comitês das bacias do Alto Tietê e dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) também vai avaliar a possibilidade de usar o chamado "volume morto" (o fundo dos reservatórios) do manancial, conforme antecipou o Estado.

Serão apresentados laudos técnicos sobre a "vida útil" do Cantareira em diferentes simulações, como no cenário atual, mantendo-se a quantidade de água retirada dos reservatórios e o volume diário de chuva, ou utilizando a captação da reserva profunda, que tem cerca de 200 bilhões de litros. As sugestões serão apresentadas para decisão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Para os órgãos que gerenciam os recursos hídricos, porém, a maior preocupação não é com o abastecimento hoje, mas se haverá água suficiente para o período de estiagem, no meio do ano. Ontem, o Cantareira estava com 19,4% da capacidade, o menor nível da história.

Dentro do governo, a apreensão diante de um eventual racionamento aumenta à medida que as fortes chuvas previstas para a segunda quinzena deste mês vão se afastando para o início de março. Historicamente, quando um verão é seco, a estiagem costuma se agravar entre o outono e o inverno.


Por isso, o comitê anticrise vai incentivar que outras concessionárias de abastecimento da Grande São Paulo adotem medidas como a da Sabesp, que economizou 302 milhões de litros na primeira semana. Além disso, como as empresas não podem multar quem desperdiça água, será discutido também o estímulo para que as prefeituras aprovem leis que apliquem sanções para coibir abusos.

Bombardeio

Vislumbrando o cenário pessimista, a Sabesp decidiu gastar R$ 4,47 milhões por um serviço de bombardeamento de nuvens para indução de chuvas artificiais no Cantareira pelos próximos dois anos.

Até sexta-feira, contudo, dos cinco voos feitos pela empresa Modclima Pesquisa e Desenvolvimento na região de Bragança Paulista, apenas dois resultaram em precipitações - sem quantidade suficiente para elevar o nível do Cantareira. O Estado revelou, na semana passada, que a empresa usa o serviço.

Barragens

Ontem, o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Edson Giriboni, disse que está em curso a licitação para construir as barragens de Pedreira e Duas Pontes, na região de Piracicaba, com capacidade para até 75 bilhões de litros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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