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Comitê faz reunião nesta quinta para discutir abastecimento de energia do país

Ministro e autoridades do setor elétrico estarão presentes; país enfrenta a pior seca das últimas décas e volta do horário de verão é uma possibilidade

Publicado em 19 de setembro de 2024 às 06h52.

Última atualização em 19 de setembro de 2024 às 08h09.

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O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico irá se reunir nesta quinta-feira, 19, em uma reunião extraordinária para discutir o plano de fornecimento de energia elétrica e o plano de contingência para evitar apagões e outras intercorrências no abastecimento. As autoridades se encontrarão na sede da ONS, no Rio de Janeiro.

Dentro do cronograma divulgado pelo governo, está uma apresentação meteorológica feita pelo
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e em seguida a apresentação das propostas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tanto para o fornecimento elétrico quanto para situações emergenciais.

Entre os membros desse comitê estão o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira e os seguintes  órgãos do governo:

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS);
Empresa de Pesquisa Energética Ministério de Minas e Energia (MME);
Empresa de Pesquisa Energética (EPE);
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE);
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);

Retorno do horário de verão

Na quarta-feira da semana passada, o ministro Alexandre Silveira disse à imprensa que o ministério de Minas e Energia avalia a possibilidade de retomar o horário de verão como uma das medidas para mitigar os efeitos da atual seca e poupar recursos dos sistemas de abastecimento elétrico.

A mudança no horário pode ajudar a reduzir a demanda de energia ao final da tarde, um momento crítico no sistema elétrico porque há redução de fontes intermitentes (eólica e solar), quando se precisar acionar mais termelétricas e gerar mais energia com hidrelétricas. A lógica é se usar mais a luz solar e poupar energia.

Estudos técnicos feitos pelo governo, porém, já demonstraram que têm um efeito desprezível sobre o consumo por conta da dinâmica das empresas e das famílias. Não inibe, por exemplo, o uso de ar-condicionado. E as lâmpadas, que antes eram um fator de preocupação, hoje são mais eficientes.

Dentro do governo, porém, a avaliação é de que, caso o cenário se agrave, não se poderia desprezar nenhum recurso — e nem o ministério ser acusado de não tomar medidas contra a crise.

Outro fator que explica a volta da discussão é um pleito antigo do setor de turismo e de bares e restaurantes, que sempre viram no horário de verão uma forma de consumo extra para seus estabelecimentos.

Alckmin vê horário de verão como positivo

O vice-presidente Geraldo Alckmin também falou sobre a volta do horário de verão. Para jornalistas presentes no Palácio do Planalto também na quarta-feira da semana passada, ele salientou que não há risco de falta de desabastecimento elétrico, mas colocou como "uma boa alternativa para poupar energia" a possibilidade de retomar esse antigo sistema.

“Não vai faltar energia, mas nós precisamos todos ajudar. Horário de verão pode ser uma boa alternativa para você poupar energia. Campanha para você economizar energia [é outra alternativa], você procurar desperdício. Ajuda também. Você tem várias alternativas”, disse Alckmin.

Por que o horário de verão acabou

O horário de verão foi extinto no início do governo Jair Bolsonaro, em 2019. Naquele momento, houve uma avaliação técnica de que o horário não fazia mais sentido do ponto de vista do setor elétrico.

O horário de verão foi instituído no Brasil em 1931. O objetivo era economizar energia. Com a luz solar por mais tempo durante o dia, diminuía o uso de lâmpadas, chuveiro e outros aparelhos elétricos quando as pessoas voltavam do trabalho.

No passado, as pessoas e empresas eram estimuladas a encerrarem suas atividades do dia com a luz do sol ainda presente, evitando que muitos equipamentos estivessem ligados quando a iluminação noturna era acionada.

Porém, recentemente, mudanças de hábitos, como novos horários de trabalho e o uso maior do ar-condicionado, o impacto do horário de verão na redução do consumo de energia praticamente deixou de existir.

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