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Comitê de Saúde de SP: 'é precoce pensar em carnaval, com aglomerações'

O governo de São Paulo decidiu desobrigar o uso de máscara em local aberto a partir de dezembro, mas a realização de eventos com multidões ainda preocupa

Carnaval: desfile das escolas de samba de SP (Liga-SP/Paulo Lopes/Divulgação)

Carnaval: desfile das escolas de samba de SP (Liga-SP/Paulo Lopes/Divulgação)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 24 de novembro de 2021 às 13h31.

Última atualização em 24 de novembro de 2021 às 21h50.

Várias cidades do interior de São Paulo decidiram cancelar o carnaval, por conta da falta de controle das aglomerações. Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta-feira, 24, o coordenador do Comitê de Saúde do estado, Paulo Menezes, disse que ainda é temerário liberar o evento.

"Nós ainda entendemos que é precoce pensar em multidões na rua, com aglomeração, mesmo que seja daqui a três meses. Temos boas perspectivas, com o avanço da cobertura vacinal, que é exemplo para o mundo. Mas nós não podemos nos enganar que estamos livre da pandemia, o vírus está circulando. Não é momento pensar nas grandes aglomerações do carnaval", disse Menezes em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

Em entrevista exclusiva à EXAME, no fim de outubro, o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que a cidade planeja o carnaval, mas ainda depende do aval da saúde.

“A vacina mudou o contexto da pandemia na cidade de São Paulo e está salvando a economia. Dentro do quadro que temos hoje, não teria motivos para não ter o réveillon e o carnaval em São Paulo. Estamos caminhando a cada dia que passa para números mais confortáveis”, disse o prefeito.

Governo de SP desobriga uso de máscara

O governo de São Paulo decidiu desobrigar o uso de máscara em local aberto em todo o estado a partir de 11 de dezembro. De acordo com o governo, a medida tem respaldo nas altas taxas de vacinação em todo o estado, e nos baixos números de internações, mortes e novos casos. O item de segurança continua obrigatório em todos os ambientes fechados, incluindo o transporte público.

De acordo com o dado mais recente do governo paulista, em todo o estado já são mais de 74% da população totalmente vacinada contra a covid-19. A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 22,2% no estado, e de 28,2% na Grande São Paulo.

"Quando olhamos a campanha, precisamos fazer a comparação com países com mais de 40 milhões de pessoas. Se compararmos, o estado é o quinto no mundo. Somente na população adulta, são 92% das pessoas totalmente vacinadas", disse a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Regiane de Paula, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

Ainda segundo ela, o estado vai fazer uma mobilização do dia 1º ao dia 10 de dezembro para que as pessoas com a segunda dose ou a dose de reforço em atraso, possam concluir o esquema. O número de faltosos é de 4,3 milhões de pessoas.

Pela primeira vez desde o início da pandemia de covid-19, o estado de São Paulo não registrou mortes causadas pela doença no período de um dia. O fato ocorreu no dia 8 de novembro. Vale lembrar que o dia era uma segunda-feira, que geralmente registra dados mais baixos, pois muitos dados ficam represados no fim de semana. A média diária de óbitos, contabilizada na última semana, está em 72, uma das menores jé registradas.

A segunda maior cidade do país, o Rio de Janeiro, liberou o uso obrigatório de máscara no dia 28 de outubro. A medida é válida apenas para áreas abertas. O Distrito Federal também desobrigou o uso em ambiente aberto.

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