Brasil

Comissão da PEC 37 deverá apresentar parecer em duas semanas

O presidente da Câmara defendeu uma solução consensual que permita a divisão de tarefas na investigação entre as polícias e o Ministério Público


	Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara: Henrique Alves reafirmou que a PEC será votada “de forma irreversível” no dia 26.
 (Antonio Cruz/ABr/Agência Brasil)

Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara: Henrique Alves reafirmou que a PEC será votada “de forma irreversível” no dia 26. (Antonio Cruz/ABr/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 09h08.

Brasília – Sem entendimento sobre pontos polêmicos, representantes do grupo de trabalho que discute mudanças na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público, se reuniram hoje (6) com o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, e se comprometeram a entregar um parecer até o dia 19.

Henrique Alves reafirmou que a PEC será votada “de forma irreversível” no dia 26. “Voltei a fazer um apelo para que eles se entendam; conversem porque é irreversível: dia 26 deste mês a matéria vai à pauta e vai à votação”, disse o peemedebista.

O presidente da Câmara defendeu uma solução consensual que permita a divisão de tarefas na investigação entre as polícias e o Ministério Público. “Estou confiante, e esta Casa tem o dever de procurar harmonizar o texto. O combate à corrupção, à impunidade tem que ter a participação do Ministério Publico e dos delegados de forma harmônica e responsável. Se não chegarem a um entendimento, deixei claro, vou pautar e vamos votar”, acrescentou.

Hoje, a presidente em exercício da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, Norma Cavalcanti, entregou proposta de anteprojeto, com 48 artigos, para regulamentação da investigação criminal.

“A proposta que defendemos realmente é a da regulamentação, com regras de prazos, de judicialização das investigações e a amplitude nas investigações de forma total. Não deve existir a palavra privativa para nenhuma das partes. Nem para o Ministério Público, nem para a polícia”, defendeu Cavalcanti.


O vice-presidente parlamentar da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, Benito Augusto Tiezzi, disse que é preciso, primeiramente, definir os aspectos constitucionais para, posteriormente, tratar da regulamentação.

“Nosso intuito é manter a investigação que proteja não só aquele que foi vítima, mas o investigado. O que falamos é que toda a investigação tem que ter por base o inquérito policial. Se vier, em algum momento, algum tipo de autorização, que se tenha como regra o inquérito policial. A exceção não pode ter regra própria, tem que submeter à regra geral”, argumentou.

O deputado Fábio Trad (PMDB-MS), representante da Câmara no grupo de trabalho, informou que haverá mais três reuniões, nos dias 12, 13 e 18 deste mês, para tentar buscar um acordo. “O importante é considerar que, quando a PEC foi proposta não se admitia sequer a possibilidade de investigação por parte Ministério Público, isso agora é consenso. Falta definir em quais hipóteses”, argumentou Trad.

A PEC 37 foi apresentada em junho de 2011 pelo deputado federal e delegado de polícia Lourival Mendes (PTdoB-MA). O texto altera trecho da Constituição, indicando que a apuração das infrações penais é função privativa das polícias Civil e Federal. Na prática, a medida impedirá o Ministério Público de assumir a investigação de crimes, prática usual desde que teve seus poderes ampliados na Constituição de 1988.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosMinistério PúblicoPEC 37PolíticaPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho