Brasil

Comissão aprova reforma eleitoral que prevê coligações e voto preferencial

Parlamentares analisaram parecer da deputada Renata Abreu, que mantém o distritão misto

Deputada Renata Abreu (Podemos-SP), relatora da reforma eleitora (Gustavo Sales/Agência Câmara)

Deputada Renata Abreu (Podemos-SP), relatora da reforma eleitora (Gustavo Sales/Agência Câmara)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de agosto de 2021 às 05h59.

Última atualização em 10 de agosto de 2021 às 12h37.

A comissão especial aprovou, na noite desta segunda-feira, texto da reforma eleitoral que prevê retomada das coligações partidárias para eleições proporcionais e a instituição do voto preferencial, que acaba com o sistema de segundo turno. Estas são as principais mudanças propostas pela relatora Renata Abreu (Podemos-SP), que protocolou uma complementação de voto para submeter a apreciação ainda nesta segunda.

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A deputada manteve a proposta de adoção do sistema do distritão misto para a eleição de deputados. Ela também ampliou o mecanismo de ‘peso dois’ na contagem dos votos para a Câmara entre 2022 e 2030, para fins de distribuição entre os partidos dos recursos do fundo partidário e fundo eleitoral. Na versão anterior do relatório, essa medida assegurava que o voto dados a candidatas mulheres daria ao partido direito a mais recursos. Na nova versão o benefício também passou a ser aplicado no caso de candidatos negros.

As mudanças foram feitas para tentar ampliar a adesão dos partidos ao texto, após diversos pedidos de alteração feitos pelos deputados. Após a aprovação do relatório, os deputados começaram a analisar destaques à proposta.

A nova versão permite a retomada das coligações para as eleições proporcionais. A votação para vereadores em 2020 foi o primeiro pleito a proibir as coligações, fruto da minirreforma eleitoral de 2017. O texto analisado pela comissão retoma o modelo tal qual existia anteriormente.

Na complementação de voto, a deputada disse que a mudança foi tomada porque resolveu “prestigiar a autonomia partidária e autorizar que os partidos decidam a forma de se coligarem, seja nas eleições majoritárias, seja nas proporcionais”.

O texto incluiu a possibilidade de voto preferencial para as eleições para presidente, governador e prefeito, que só valeria para 2024. O eleitor poderá escolher cinco candidatos para o Executivo, em ordem de preferência. “Na contagem de votos são aferidas as opções dos eleitores até que algum candidato reúna a maioria absoluta dos votos. Assim, facilita-se a eleição dos que reúnem maior apoio e menor rejeição”, justificou a deputada em seu novo relatório.

Esse sistema de voto preferencial é fruto de uma emenda do partido Novo e, na prática, acaba com o sistema de 2º turno.

— Não é que ele acaba com o segundo turno. Na prática ele faz o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto turno e um turno só. É um sistema extremamente inteligente porque a rejeição conta e os candidatos terão que fazer propostas muito melhores – afirmou a deputada.

Polêmica na versão anterior do relatório, Renata Abreu modificou seu parecer para propor a adoção do chamado “distritão misto” como sistema para a eleição de deputados federais e estaduais nas eleições de 2022.

— O distritão misto é exatamente igual ao que é hoje, mas com uma diferença: metade das vagas são os mais votados do estado e a outra metade é proporcional de lista aberta. A lógica acaba com o puxador de voto, que se elege na vaga do distritão, e desconta o voto da proporcional – defendeu Renata durante a sessão.

O novo parecer da relatoria foi protocolado na noite desta segunda-feira, pouco antes do início da sessão da comissão especial. Deputados votaram requerimento para a retirada do texto da pauta da comissão, mas a iniciativa foi derrotada.

 

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