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Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2013 às 10h57.
São Paulo – Uma matéria publicada na edição impressa deste fim-de-semana do The New York Times chama de possivelmente “prematura” a comemoração no país da condenação dos réus envolvidos no julgamento do mensalão.
“Nenhum condenado no que foi sem dúvida o maior caso de corrupção do Brasil foi para cadeia, apesar da afirmação do Procurador-Geral, Roberto Gurgel, de que eles deveriam ter começado a cumprir as sentenças imediatamente após o anúncio da Suprema Corte, em novembro”, assinala a matéria.
As comemorações que varreram o país onde os cidadãos “sempre esperaram mais que a impunidade” para políticos corruptos podem ter sido “prematuras”, segundo o jornal, pela possibilidade dos recursos dos réus diminuírem algumas sentenças, incluindo a do ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Neste caso, penas que deveriam ser cumpridas em regime fechado poderiam passar para semi-aberto.
O jornal destaca a atuação desafiadora do PT diante da autoridade do Supremo. Lembra, por exemplo, que o presidente do partido, Rui Falcão, disse que a nem cogitava ainda a possibilidade de prisão dos correligionários.
A Proposta de Emenda Constitucional que submeteria decisões do STF ao Congresso é a segunda manobra petista citada pelo periódico, que, claro, não esquece ainda a presença dos condenados José Genoino e João Paulo Cunha na Câmara dos Deputados. Ambos apoiaram a PEC contra o Supremo.
O New York Times ressalta, porém, que não se trata de duvidar da independência do STF.
“Juristas salientam que as reviravoltas no julgamento não sugerem que a Suprema Corte, que está ela própria lidando com os recursos, esteja agindo de forma inadequada ou sem independência judicial. Na verdade, Joaquim Barbosa, presidente do Tribunal, já sinalizou que quer as decisões e condenações originais”, diz o texto.
Na última sexta, a Procuradoria Geral da República deu seu parecer pela rejeição e todos os recursos impetrados pelos condenados no julgamento. Está agora então, novamente, nas mãos de Joaquim Barbosa levar os embargos ao plenário ou decidir monocraticamente.
Se as intenções de Barbosa se concretizarem, os ordens de prisão sairiam antes do dia 1º de julho, que marca o início do recesso do judiciário.