O dinheiro seria liberado pelo BNDES, que precisaria do aval do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) (Ricardo Stuckert/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 2 de maio de 2023 às 19h49.
Última atualização em 2 de maio de 2023 às 20h03.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o argentino Alberto Fernández estão reunidos, neste momento, no Palácio da Alvorada, em Brasília. O encontro acontece pouco mais de três meses após a visita de Lula a Buenos Aires, em 23 de janeiro deste ano. Entre os pontos que serão tratados está a criação de uma linha de crédito para financiar as importações de produtos brasileiros pela Argentina.
Fernández chegou a Brasília em meio a uma grave crise política e econômica em seu país. O peso está bastante desvalorizado frente ao dólar e a imagem da Argentina está comprometida perante bancos privados internacionais. Além disso, os vizinhos estão diante da maior seca desde 1929, o que compromete a produção agrícola e encarece os preços dos produtos. A inflação anual está acima de 100%.
Outro plano de interesse do presidente argentino é a parceria na construção de um gasoduto, que sairia de Vaca Muerta, na Argentina, até o Brasil. O trecho, que poderá ser financiado em parte pelo BNDES, serviria de alternativa, para os brasileiros, ao gás boliviano. Mas não há consenso na área econômica do governo Lula sobre a participação do banco de fomento no projeto.
Segundo um interlocutor com conhecimento do assunto, se dependesse de Fernández, o Brasil financiaria pelo menos US$ 1,5 bilhão por mês, durante um período determinado — fala-se em seis meses — a exportação de insumos industriais para o país vizinho.
O dinheiro seria liberado pelo BNDES, que precisaria do aval do Fundo Garantidor de Exportações (FGE), administrado pelo Ministério da Fazenda. Isto porque, em caso de não pagamento pelo governo argentino, o banco brasileiro não teria prejuízo, pois o fundo cobriria.
Se a linha for aprovada, a expectativa é de o dinheiro sair do BNDES. Uma fonte da área econômica disse que a operação só será aprovada com o aval do Ministério da Fazenda, que poderá usar o Fundo Garantidor de Exportações (FGE). Se o empréstimo não for pago, o FGE, formado com recursos do Tesouro, cobre as parcelas devidas ao banco.