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Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2011 às 14h14.
Paris - A operação destinada a recuperar os corpos dos passageiros do voo Rio-Paris da Air France, que caiu no Oceano Atlântico no dia 1 de junho de 2009, com 228 pessoas a bordo, começou nesta quarta-feira, anunciou uma fonte ligada à operação.
Na terça-feira, esta mesma fonte, que havia anunciado o início iminente das operações em "24 ou 48 horas", mostrou-se muito prudente sobre os resultados do trabalho iniciado pela polícia, ao ressaltar, em particular, o tempo de imersão dos corpos das vítimas da catástrofe aérea, ocorrida no Oceano Atlântico, em águas brasileiras.
As causas do acidente do Airbus A330, que ainda não foram explicadas, podem ser conhecidas após a análise das duas caixas-pretas, resgatadas no domingo e na segunda-feira.
"O problema dos corpos é um pouco espinhoso. Há um aspecto traumatizante", não "se sabe em que estado se encontram", afirmou Robert Soulas, vice-presidente da associação francesa de famílias de vítimas Entraide e Solidariedade AF447.
As famílias brasileiras das vítimas do voo da Air France indicaram nesta quarta-feira, por sua vez, que desejam que todos os corpos das vítimas sejam trazidos à superfície e que as caixas-pretas resgatadas sejam descifradas fora da França.
"É preciso subir com todos os corpos", seja qual for o seu estado, declarou à AFP o presidente da Associação das vítimas brasileiras, Nelson Faria Marinho.
No plano judiciário, Airbus e Air France começaram a ser recentemente investigados por homicídio culposo.
No que diz respeito à investigação técnica, realizada pelo Bureau de Investigações e Análises (BEA), a explicação do acidente pode estar próxima graças à recuperação das duas caixas-pretas, que parecem estar em bom estado e cujos registros fônicos (Cockpit Voice Recorders, CVR) foram colocados sob sigilo judicial.
O presidente da Airbus, Tom Enders, espera que os dados sejam compreensíveis, expectativa compartilhada pelas famílias.
"Se for possível ler os dois registros, saberemos o que aconteceu", comentou o diretor do Bureau de Investigação e Análises (BEA), Jean-Paul Troadec.
Isto dependerá do fenômeno de corrosão que pode ter danificado uma parte dos dados. A leitura de tudo ou de parte dos dados levará de alguns dias a algumas semanas.
A recuperação das peças do avião deve começar "em breve", segundo Troadec.
Os investigadores determinaram até agora que a falha das sondas de velocidade, chamadas de Pitot, foi uma das causas da tragédia.
Mas consideram que este problema (congelamento das sondas a uma grande altitude) não pode explicar por si só o acidente.
No início de abril, os restos da aeronave foram encontrados a 3.900 metros de profundidade não muito longe de sua última posição conhecida, antes do início, na semana passada, das operações de busca mais recentes.