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Começa o recesso: Previdência só quando o carnaval passar

Jair Bolsonaro se envolveu pessoalmente nas negociações, mas sobram dúvidas em aberto sobre a aprovação do projeto mais importante do governo

Congresso: recesso vai até 11 de março

Congresso: recesso vai até 11 de março

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 07h05.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2019 às 07h29.

O recesso parlamentar de carnaval começa com uma reiterada leva de dúvidas sobre a reforma da Previdência e, consequentemente, sobre o humor que deverá predominar entre os investidores nos próximos dias.

Os parlamentares só devem voltar ao trabalho na semana seguinte ao carnaval. O retorno deve marcar o primeiro passo concreto para a discussão da reforma, com a chegada do projeto à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Enquanto isso, os próximos dias devem ser marcados por intensas negociações nos bastidores, que devem por à prova a capacidade de articulação da nova líder do governo na Câmara, a deputada de primeiro mandato Joice Hasselmann (PSL-SP).

Em entrevista ao Estadão, a deputada afirmou que a Previdência e pautas econômicas positivas serão sua prioridade, e negou a pretensão de transformar o cargo num “show midiático”. Ela foi apontada pela agência FSB como a congressista mais influente nas redes sociais. O problema, para o governo, é que a influência digital não basta na negociação com os 513 deputados e, depois, com os 81 senadores.

O grande ponto de atrito é a reforma dos militares que, segundo o governo, deve chegar ao Congresso ainda em março. Entre os pontos que devem constar no novo projeto estão o aumento do tempo de contribuição militar de 30 para 35 anos. Militares têm condicionado o apoio ao projeto a uma leva de reajustes salariais, o que tem dificultado as negociações, segundo o Estadão.

Entre os partidos, há aprovação para as linhas gerais do projeto, mas uma série de resistências em várias frentes. O PSDB, por exemplo, é contra a regra que muda o benefício para idosos de baixa renda, um dos pontos mais criticados do projeto do ministro Paulo Guedes. O próprio partido do presidente, o PSL, não é unânime na aprovação do texto, o que levou o próprio Jair Bolsonaro a ser mais ativo, nos últimos dias, na negociação para aprovação do texto.

A grande dúvida em aberto é se as negociações serão na base do velho toma lá dá cá de sempre, com liberação de cargos e emendas, ou se sobrará algo da promessa do governo de fazer política de um jeito diferente do tradicional de Brasília. Tudo isso competindo com a atenção de blocos e escolas de samba país afora.

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