Sala de aula no Tocantins: pelo menos 5% dos alunos com melhor pontuação são selecionados para a segunda fase, na qual as provas são feitas em centros regionais (Divulgação/ Secretaria de Educação Tocantins)
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2015 às 09h25.
As provas da primeira fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) 2015 serão aplicadas nesta terça-feira (2).
Na 11ª edição, a Obmep bateu recorde de inscrição, com 47.582 escolas inscritas, de 5.538 cidades, o que corresponde a 99.48% dos municípios do país. A estimativa é que 17,9 milhões de estudantes participem.
As provas têm 20 questões objetivas de múltipla escolha e são aplicadas pelas próprias escolas, para turmas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, e do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio.
Os estudantes são divididos em três níveis: 6º e 7º anos; 8º e 9º anos; e 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio.
Pelo menos 5% dos alunos com melhor pontuação são selecionados para a segunda fase, na qual as provas são feitas em centros regionais e compostas de seis questões dissertativas, onde devem ser expostos os cálculos e raciocínio utilizados. A segunda fase está marcada para o dia 12 de setembro.
O diretor-geral do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), professor César Camacho, destacou o recorde de inscrições da Obmep. “Como é uma inscrição voluntária, isso mostra que essa atividade realmente está mantendo o seu vigor, apesar de ser uma atividade dirigida a uma disciplina que normalmente é considerada difícil, árida”.
Acrescentou que o número de inscrições deve-se ao fato de a olimpíada apresentar “a matemática de maneira mais interessante, mais desafiadora, mais cativante para um estudante que quer usar a cabeça, pensar e resolver problemas do cotidiano.”
Camacho conversou com a Agência Brasil sobre o concurso durante a cerimônia em homenagem ao físico Albert Einstein no Jardim Botânico, em abril.
Na cerimônia, o matemático premiado Artur Ávila disse que as olimpíadas podem ser um atalho na descoberta de talentos para os números. Acrescentou que os participantes podem alcançar o alto nível científico sem precisar esperar que todo o ensino fundamental seja reestruturado.
“Pode demorar muito para avançar melhorando aos poucos a educação básica, então [a olimpíada] é um atalho. A gente vê pela pesquisa aqui no Brasil, que em matemática chegou a um nível internacional sem esperar que fosse crescendo lá do ensino fundamental, médio. É importante, vamos ter que passar por isso [melhoria do ensino], mas vamos fazendo nas direções que são mais promissoras em cada momento”, disse Artur Ávila.
A divulgação dos resultados da Obmep acontecerá no dia 27 de novembro. Serão premiados 6.500 alunos, dos quais 500 com medalhas de ouro, 1.500 de prata e 4.500 de bronze, além de cerca de 46.200 com menções honrosas.
Também integram as premiações professores, escolas e secretarias de educação de municípios que se destacam em virtude do desempenho dos alunos.