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Começa a campanha mais curta da história: quem se beneficia?

Nas eleições de 2014, a campanha no rádio e na televisão durou 45 dias, desta vez será limitada a 35

Jair Bolsonaro e Ciro Gomes: campanha mais curta tende a beneficiar quem está liderando as pesquisas (Paulo Whitaker/Reuters)

Jair Bolsonaro e Ciro Gomes: campanha mais curta tende a beneficiar quem está liderando as pesquisas (Paulo Whitaker/Reuters)

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EXAME Hoje

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 06h32.

Última atualização em 15 de agosto de 2018 às 07h39.

Termina às 19h desta quarta-feira o prazo para o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral visando as eleições de outubro. Amanhã começa a campanha para presidente, governador, deputados e senadores mais curta da história recente do país, quando os candidatos passam a poder fazer comícios e a distribuir material de campanha impresso e digital Brasil afora. A propaganda eleitoral no rádio e na televisão começa dia 31 de agosto. O primeiro turno está marcado para o dia 7 de outubro; o segundo, para o dia 28.

Em 2014, data das últimas eleições presidenciais, o prazo final para o registro das candidaturas foi dia 5 de julho, três meses antes da data do primeiro turno. A campanha no rádio e na televisão, que durou 45 dias, desta vez será limitada a 35.

Quem se beneficia de uma corrida mais curta? Os prazos mais apertados, junto com a criação de um fundo eleitoral, são parte de uma reforma política aprovada no ano passado que, segundo seus críticos, visava manter os políticos tradicionais no poder. Segundo o cientista político Lucas de Aragão, sócio da consultoria Arko Advice, para as eleições proporcionais (deputados e senadores), os políticos tradicionais devem, sim, se beneficiar das mudanças. “Eles têm a máquina na mão para tratorar quem quiser entrar na política”, diz.

Mas, para a campanha presidencial, as mudanças podem, curiosamente, beneficiar Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenção de voto. “Ele é o time que está vencendo, não necessariamente tem os melhores jogadores, então está torcendo para o jogo acabar”, diz. “Geraldo Alckmin, na outra ponta, tem tudo que a política tradicional pode oferecer, mas precisa de tempo para transformar esses recursos em voto”.

Outra questão em aberto é a participação do ex-presidente Lula (PT). Ao tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ontem, a ministra Rosa Weber disse que vai esperar os prazos da lei para avaliar a situação das candidaturas. A estratégia petista foi deixar o registro para a última hora para evitar a análise (e o provável veto) antecipado ao nome do ex-presidente, enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em segunda instância. “A lei tem seu tempo, prevê prazos, e vamos cumpri-los”, afirmou. O prazo final para o TSE tomar a decisão é 17 de setembro.

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