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Começa a campanha de Lula

Trata-se de uma maneira exótica de começar uma campanha eleitoral, mas o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Justiça Federal nesta terça-feira tem uma função clara no caminho até 2018. Lula é réu em cinco ações penais, três delas na Lava-Jato. Seu número de ações é comparável no mundo político apenas a Eduardo Cunha (PMDB), que […]

LULA: depois de Brasília, o ex-presidente vai à Paraíba para visitar obras de transposição do São Francisco / Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Fotos Públicas

LULA: depois de Brasília, o ex-presidente vai à Paraíba para visitar obras de transposição do São Francisco / Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Fotos Públicas

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2017 às 07h02.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h17.

Trata-se de uma maneira exótica de começar uma campanha eleitoral, mas o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Justiça Federal nesta terça-feira tem uma função clara no caminho até 2018. Lula é réu em cinco ações penais, três delas na Lava-Jato. Seu número de ações é comparável no mundo político apenas a Eduardo Cunha (PMDB), que está preso, enquanto nomes do PSDB e PMDB seguem sem denúncias aceitas pelo Supremo Tribunal Federal.

Desta vez, Lula responde na 10ª Vara Federal do DF pela acusação de tentativa de obstrução da Operação Lava-Jato ao tentar comprar o silêncio e patrocinar a fuga de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras. A narrativa de perseguição política dará o tom do dia.

Depois de cumprir as obrigações na Justiça, Lula aproveita a viagem para emendar uma agenda no Nordeste. No dia 19, o petista chega à Paraíba para visitar obras do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. O projeto começa a ser entregue em 2017, mas começou em seu governo. Lula fará questão de tirar do imaginário da população de que Temer é o pai da obra. A ideia é juntar à narrativa de perseguido às realizações do PT como capital eleitoral.

A falta de outros candidatos factíveis o ajuda. Enquanto PSDB decide qual dos três caciques será candidato, Ciro Gomes apenas começa a surgir como opção. O PMDB se afunda em acusações da Lava-Jato e se mantém distante da aclamação popular. Marina Silva permanece desaparecida. Neste cenário, para Lula, até depoimento vira evento de campanha. Cenas de um Brasil em que a nau da política navega sem rumo.

 

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