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Combater o 'Brasil ilegal' e recuperar até R$ 100 bi de evasões é nosso foco, diz Julio Lopes

Novo presidente da Frente Parlamentar Brasil Competitivo, deputado federal defende a criação de uma comissão especial para discutir o combate a evasão fiscal

Reunião de Líderes. Dep. Julio Lopes (PP - RJ) (Marina Ramos/Agência Câmara)

Reunião de Líderes. Dep. Julio Lopes (PP - RJ) (Marina Ramos/Agência Câmara)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de março de 2025 às 15h04.

O novo presidente da Frente Parlamentar Brasil Competitivo (FBC), o deputado federal Julio Lopes (PP/RJ), que tomou posse nesta terça-feira, 25, afirma que uma das prioridades da bancada em 2025 será combater o que ele chama de "Brasil ilegal" e recuperar pelo menos 10% a 20% dos R$ 480 bilhões perdidos anualmente em evasões fiscais, segundo cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

"A sonegação fiscal é um dos maiores problemas do Brasil e um dos principais desafios que enfrentamos. O Brasil perde cerca de R$ 480 bilhões anualmente devido a evasões fiscais. Isso representa uma enorme oportunidade perdida para o país", diz Lopes em entrevista exclusiva à EXAME.

O presidente da bancada diz que entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), um pedido para a instalação de uma comissão especial para discutir projetos de lei que vão ajudar o país a recuperar os valores perdidos.

"Temos que pensar como utilizar a tecnologia e a digitalização como aliados na luta contra a sonegação e a informalidade", afirma.

Segundo estudo apresentado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) no início de fevereiro, o crime organizado no Brasil estaria entre as cinco maiores empresas do país, com lucro maior com venda de combustíveis e outros produtos, como ouro, cigarro e bebidas, do que com o tráfico de cocaína.

Para combater o problema, o deputado afirma que a frente defende a criação de um operador nacional do sistema de combustíveis e minerais. Ele defende que o melhor monitoramento pode ajudar a melhorar o ambiente competitivo.

"A digitalização, especialmente no setor de combustíveis e energia, será uma das principais ferramentas para a recuperação de recursos e modernização da economia", afirma. "O Brasil será mais competitivo quanto mais e melhor usar a tecnologia para melhorar a vida das pessoas."

Entre as principais agendas da bancada está a diminuição do Custo Brasil, que mede os impactos da burocracia em 12 dimensões do ciclo de vida de uma empresa. O cálculo é que as ineficiências custam anualmente R$ 1,7 trilhão ao país, cifra que se aproxima de um quinto do PIB brasileiro, 19,5%.

Reforma tributária no foco

O presidente da Frente Parlamentar afirma que a prioridade é a discussão da regulamentação da Reforma Tributária e outras pautas que visam garantir um ambiente regulatório mais ágil e menos oneroso para o setor produtivo. Ele afirma que é preciso monitorar como as empresas vão se adaptar e estudar mudanças, se necessárias.

"A simplificação tributária é o ponto central da nossa agenda. Um sistema mais simples e eficiente torna o Brasil mais competitivo. Se conseguimos diminuir a complexidade do sistema, conseguimos mais investimentos, menos burocracia e um ambiente econômico mais favorável", afirma.

Além da reforma, Lopes afirma que o fortalecimento do ambiente regulatório é importante para atrair mais investimento privado para o país.

"A regulação precisa ser firme, confiável e atrativa para os investidores, com foco na simplificação e no uso intensivo da tecnologia para gerar resultados mais rápidos e eficientes", diz.

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