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Combate ao crime não pode ser justificativa para erro policial, diz Tarcísio sobre abordagens da PM

Governador tem sido pressionado por mudanças em pasta de Segurança Pública em decorrência da repercussão de casos de agressões cometidas por PMs

 (Governo de São Paulo/Flickr)

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Agência o Globo
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Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 11h04.

Última atualização em 16 de dezembro de 2024 às 11h07.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse neste domingo que "o combate ao crime não pode ser justificativa para erro policial". Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band TV, ele reconheceu que o estado "tem deficiência na formulação de políticas públicas na segurança" e disse que planeja "correções de rota". A gestão tem sido alvo de críticas após a repercussão de casos recentes, como o do PM que atirou da ponte um homem, a morte do menino Ryan e o assassinato a tiros de um estudante de Medicina.

"O combate ao crime não pode ser justificativa para o erro policial. Por outro lado, o erro policial também não pode ser justificativa para o não combate ao crime", argumentou ele.

Ainda segundo o governador, as políticas públicas nas áreas de educação e saúde são elaboradas com maior clareza, mas diante da elaboração de projetos de segurança, a discussão fica restrita a temas relacionados à polícia.

"Às vezes a gente não faz a discussão do que a gente quer resolver. Temos gastado muita energia no combate ao crime organizado. E de fato temos que combater porque afeta hoje até os negócios lícitos. Mas o que incomoda o cidadão? O assalto. O cidadão não quer ser assaltado", afirmou ele.

Entre as "correções de rota" previstas, Tarcísio disse realizará reuniões periódicas com a Polícia Militar para entender os problemas de determinadas áreas, ao invés de apenas receber e analisar os indicadores criminais.

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Registros de violência policial em SP

O caso mais recente de violência policial aconteceu quando quatro policiais foram flagrados agredindo o faxineiro Kauan Yuri da Silva de Oliveira, de 21 anos, em Ribeirão Preto, interior do estado.

O incidente ocorreu no último dia 7, na porta da casa de Kauan, no bairro Jardim Progresso. Kauan relatou à EPTV, afiliada da TV Globo, que fazia uma festa com amigos e vizinhos quando ocorreu uma discussão entre convidados, resolvida sem violência. Pouco depois, um carro da PM passou pela rua e parou, iniciando a abordagem.

Mesmo cercado pelos policiais, Kauan não reagiu. No entanto, no vídeo gravado por uma testemunha, ele aparece sendo atingido por socos e chutes por agentes. Em determinado momento, ele questionou o motivo de estar sendo atacado, mas as agressões prosseguiram.

"Aí eu levanto e falo para ele (PM): “Por que você está fazendo isso? O que está acontecendo?”. Ele foi e me deu um tapa, me deu um tapão no rosto. O outro (PM) já veio e me deu um chute. A minha mulher levanta o portão, mas eles mandam ela entrar de novo", descreveu o jovem, que tem sentido medo e enfrenta dificuldades para dormir desde o ocorrido, motivo pelo qual precisou procurar atendimento médico.

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