Bope na Rocinha: a troca no comando das UPPs ocorre em meio a uma crise no principal projeto de segurança da atual gestão (Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro/Marino Azevedo)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 06h05.
Rio - Um ano e quatro meses após ter assumido o comando das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio, o coronel Frederico Caldas deixará o cargo no fim deste ano e será substituído pelo tenente-coronel Luís Cláudio Laviano, que comandava o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar.
A troca no comando das UPPs ocorre em meio a uma crise no principal projeto de segurança da atual gestão, iniciado há seis anos no Morro Santa Marta, em Botafogo, na zona sul.
Confrontos e denúncias de crimes praticados por policiais tornaram-se frequentes em áreas ocupadas por UPPs.
Caldas havia assumido o Comando de Polícia Pacificadora (CPP) em agosto de 2013, logo após o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, torturado e morto por policiais da UPP da Rocinha, segundo investigação da Delegacia de Homicídios e denúncia do Ministério Público do Estado apresentada à Justiça.
Um dos policiais presos sob acusação de ter matado Amarildo sob tortura e ocultado o corpo é o então comandante da UPP na favela, o major Edson Santos.
A nomeação do novo comandante das UPPs foi publicada no boletim interno da corporação nesta quarta-feira.
Laviano deverá assumir o cargo em janeiro, junto com o novo comandante-geral da PM do Rio, o coronel Alberto Pinheiro Neto, que já comandou o Bope e chefiava a segurança da TV Globo.
Caldas voltará a coordenar o setor de comunicação social da PM, cargo que ocupava antes de ir para o CPP. O Rio tem hoje 38 UPPs. Nesta quinta-feira, a base da UPP do Morro dos Macacos, na zona norte, foi atacada e um PM ficou ferido.