Meirelles: (Paulo Whitaker/Reuters)
André Jankavski
Publicado em 7 de outubro de 2018 às 21h49.
Última atualização em 7 de outubro de 2018 às 22h28.
São Paulo — Com o fim do primeiro turno, está aberta a caça de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) por apoios dos candidatos derrotados. Apesar da votação pouco expressiva, Henrique Meirelles (MDB) já estava sendo cortejado por ambos antes mesmo da votação deste domingo.
A pessoas próximas, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central afirmou querer apoiar um projeto de País – e a proximidade com o PT deve ajudar.
Apesar do apoio ao Haddad não ser um fato consumado, é quase certo que Meirelles não ficará neutro na disputa do segundo turno. O que pesa na decisão a favor de Haddad é a proximidade de Meirelles com o ex-presidente Lula. Em sua campanha, o candidato derrotado citava diversas vezes os seus feitos como presidente do Banco Central entre 2003 e 2010.
“Mas ele quer um projeto de país para dar o seu apoio e pode ser que nenhum deles sinalize isso”, diz uma fonte, que não o vê voltando ao cargo de ministro. “Por enquanto, eu acho difícil ele aceitar qualquer cargo em um próximo governo.”
Após gastar 54 milhões de reais para conquistar cerca de 1,3 milhão de votos — o que o deixou atrás do Cabo Daciolo (Patriota) —, Meirelles não se mostrou abatido para a equipe. Ao contrário.
Segundo fontes que estavam em sua campanha, Meirelles ficou satisfeito com as pesquisas que ressaltavam a sua credibilidade. Mas as insinuações negativas a respeito do investimento próprio na campanha foi algo que o incomodaram. “O Brasil ainda não está preparado para esse tipo de candidato”, disse Meirelles durante um encontro com os partidários.
A sua imagem no exterior, no entanto, continua em alta. Meirelles, mesmo fora do governo, já foi convidado pessoalmente pelo historiador escocês Nial Ferguson, da Universidade Harvard, para participar de um evento que acontecerá na Cidade do México no próximo dia 25.
Lá, políticos e professores debaterão a respeito dos melhores caminhos para o desenvolvimento da América Latina, entre eles López Obrador, presidente do México. E, provavelmente, ele já terá um candidato brasileiro para chamar de seu.