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Com Temer na presidência do Mercosul, Venezuela será prioridade

O país vive uma crise marcada por protestos de manifestantes contrários ao governo do presidente Nicolás Maduro que já deixaram mais de 100 mortos

Michel Temer: "O presidente leva o firme compromisso do Brasil com o resgate do ideário original do Mercosul" (Adriano Machado/Reuters)

Michel Temer: "O presidente leva o firme compromisso do Brasil com o resgate do ideário original do Mercosul" (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de julho de 2017 às 19h40.

Brasília - O presidente Michel Temer determinou que uma das prioridades da presidência rotativa do Mercosul, que o Brasil começa a exercer a partir desta semana, será o "monitoramento atento da situação na Venezuela", disse nesta quarta-feira o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola.

O porta-voz disse ainda que, em Mendoza, na Argentina, onde Temer participará de cúpula do Mercosul, o presidente reforçará os ideais que deram origem ao bloco sul-americano.

"O presidente da República leva a Mendoza o firme compromisso do Brasil com o resgate do ideário original do Mercosul: vocação para a integração econômico-comercial e para o fortalecimento da democracia e da defesa e promoção dos direitos humanos na região", disse Parola, lembrando que ao fim do encontro a Argentina passará ao Brasil a presidência pro-tempore do bloco.

"Em Mendoza, o presidente anunciará as prioridades da presidência brasileira. Enfatizará a importância de concluir-se o acordo sobre compras governamentais; a continuidade da eliminação de barreiras ao comércio entre os sócios; a harmonização de normas técnicas; e o monitoramento atento da situação na Venezuela."

A Venezuela vive uma crise política e econômica marcada por protestos de manifestantes contrários ao governo do presidente Nicolás Maduro que já deixaram mais de 100 mortos.

Nesta quarta, em reunião em Caracas, Maduro reagiu à pressão internacional contra a realização de uma eleição para uma Assembleia Constituinte marcada para 30 de julho, que incluem ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor sanções ao país, que faz parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O governo brasileiro, entre outros, também pediu que a eleição para a Constituinte não seja realizada, depois de um referendo extraoficial rejeitar a medida no domingo.

"Ninguém dá ordens à Venezuela", disse Maduro. "Aqui mandamos os venezuelanos, não manda Trump, não manda Santos, não manda Michel Temer", disse Maduro, se referindo também ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.

Comércio

Parola também disse que entre as prioridades de Temer enquanto o Brasil presidir o Mercosul, posto que ocupará ao longo do segundo semestre deste ano, estarão acordos comerciais, como um com a União Europeia.

"No que diz respeito à agenda externa do bloco, o presidente Temer ressaltará a prioridade atribuída às negociações do Mercosul com a União Europeia, negociações que se espera concluir o quanto antes", disse o porta-voz.

O Mercosul buscará avançar negociações com em outras frentes na Europa e nas Américas, com especial atenção ao "movimento de aproximação do Mercosul com os países da Aliança do Pacífico".

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