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Com saída de Sergio Moro, PF prevê demissões em cascata

Mudanças na diretoria de vários departamentos são esperadas nos próximos dias

Moro: (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Moro: (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 24 de abril de 2020 às 11h43.

Última atualização em 24 de abril de 2020 às 16h00.

Segundo fontes próximas à cúpula da Polícia Federal, é aguardada uma saída em massa de diretores do órgão que eram considerados os principais auxiliares de Mauricio Valeixo, por sua vez um dos principais homem de confiança de Sergio Moro. A expectativa é que a troca de diretores, inclusive de departamentos essenciais, como o de combate ao crime organizado, seja decidida nos próximos dias.

Com a saída de Sérgio Moro, a previsão é que as demissões aconteçam em cascata. Para interlocutores próximos ao ministro, a continuidade de Moro no cargo ficou insustentável com a indicação de um nome ligado a Jair Bolsonaro para o posto de diretor-geral da Polícia Federal. A indicação, segundo essas fontes, teria de partir do ministro da Justiça, que comanda a pasta, e não do presidente.

Para piorar, os principais nomes aventados até o momento têm ligação com Bolsonaro, o que poderia configurar um conflito de interesses. Além disso, Moro correria o risco de se tornar mero “cone” no Ministério da Justiça, com o diretor-geral da PF se reportando diretamente ao Palácio do Planalto.

Comenta-se nos bastidores que Anderson Gustavo Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, até o momento o preferido de Bolsonaro para ser o novo diretor-geral da PF, é amigo do deputado Eduardo Bolsonaro (DEM-SP) e conta com a boa vontade do próprio presidente. Na PF, Torres é visto como um delegado de perfil político, e não técnico. Alexandre Ramagen, diretor-geral da Agência Nacional de Inteligência (Abin), também não conta com a aprovação geral da PF.

O único nome a contar com um pouco mais de aprovação dos integrantes do Ministério da Justiça é Fabio Bordignon, diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Agora a sorte está lançada.

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