Agência de notícias
Publicado em 2 de maio de 2025 às 19h59.
Última atualização em 2 de maio de 2025 às 20h06.
A demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência e a escolha de Wolney Queiroz para o cargo representa a 11ª troca ministerial feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde quando assumiu o mandato em 2023.
Lupi saiu depois de ter sido desgastado por conta de uma crise envolvendo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Uma operação da Polícia Federal investiga descontos indevidos em aposentadorias que somaram R$ 6 bilhões de 2019 a 2024. Wolney Queiroz, que era secretário-executivo da pasta e também é filiado ao PDT, foi definido como novo ministro.
Desde que iniciou o seu terceiro mandato, uma parte das trocas que o presidente fez em seus auxiliares foi para atrair mais partidos para sua órbita e visando um cenário melhor para a eleição de 2026. Outras, que representam a maior parte feita neste ano, foram rearranjos internos dentro do mesmo partido, que continuou exercendo influência na pasta mesmo com as trocas de comando.
Em janeiro, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) saiu do Ministério da Secretaria de Comunicação Social e deu lugar ao marqueteiro Sidônio Palmeira, que é próximo da legenda e trabalhou na campanha de Lula em 2022. Em março, Alexandre Padilha saiu da pasta de Relações Institucionais e deu lugar a Gleisi Hoffmann. Por sua vez, Padilha foi nomeado como ministro da Saúde no lugar de Nísia Trindade.
No início de abril a troca foi no Ministério das Comunicações, quando o deputado Juscelino Filho (União-MA) saiu e substituído por Frederico Vasconcelos, indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Alguns partidos do Centrão que apoiam o governo desejam fazer mais trocas. Presidentes de partidos, contudo, ainda não foram chamados por Lula para conversar sobre os espaços que têm no governo
Foi com o objetivo de atrair mais capital político, por exemplo, que em 2023 a atleta Ana Moser saiu do comando do Ministério dos Esportes, Márcio França, do PSB, saiu da pasta de Portos e Aeroportos, e a deputada Daniela Carneiro (União-RJ) não é mais ministra do Turismo. Em seus lugares assumiram, respectivamente, os deputados André Fufuca (PP-MA), Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e Celso Sabino (União-PA).
Dos três que saíram apenas França continua no governo. Para abrigá-lo, Lula decidiu recriar a pasta de Empreendedorismo e Microempresa, de menor expressão que o ministério que comandava antes. PP e Republicanos fizeram parte da coligação do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, mas suas bancadas na Câmara abriram um diálogo com a gestão de Lula. Mesmo com ministérios, os partidos ainda se dividem entre aqueles que são base e oposição.
O mesmo cenário se repete no União Brasil, MDB e PSD, que possuem três ministros cada desde o início do governo, mas são divididos quanto apoiar ou não o governo.
Outros ajustes na equipe do governo, no entanto, serviram a outros propósitos, como estancar crises, como foi o caso da substituição do general Gonçalves Dias do comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) pelo General Amaro e também da decisão de colocar Macaé Evaristo no Ministério dos Direitos Humanos no lugar de Silvio Almeida.
Já a saída de Flávio Dino do Ministério da Justiça aconteceu porque ele foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu lugar está o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski.