Policiais fazem a ocupação nas comunidades Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, na zona sul do Rio (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2011 às 14h42.
Com os territórios da Rocinha e do Vidigal considerados dominados pela operação “Choque de Paz” desde as 6h deste domingo, a polícia do Rio autorizou, às 7h30, a liberação do trânsito em toda a zona sul do Rio. Bloqueios para os veículos particulares e coletivos foram montados às 2h30, para permitir livre circulação dos veículos blindados que transportaram tropas para ocupar as favelas.
A suspensão dos bloqueios é um sintoma de que, para a Secretaria de Segurança, a ocupação foi bem-sucedida. De acordo com o coronel Pinheiro Neto, chefe do Estado Maior Operacional da Polícia Militar do Rio, neste momento os policiais estão operando, na Rocinha e no Vidigal, a terceira fase da ação, que consiste em buscar traficantes, localizar armas e drogas e recuperar produtos roubados. A Rocinha é a única favela do Rio em que já foi encontrado um laboratório para refino de cocaína.
“Às seis horas, demos como cumprida a missão de retomada. Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu estão em poder do estado”, declarou Pinheiro Neto, na primeira entrevista coletiva após a ocupação, por volta das 7h deste domingo. Foi esse o horário – 6h – que os policiais no alto da favela informaram, para o centro de controle montado no 23º BPM (Leblon), a informação de que a favela estava controlada.
Nãou houve tiro. Mas os criminosos estão no local, como indicam as barreiras, o óleo lançado nas ladeiras e as tentativas de dificultar a subida das tropas. No Vidigal, apenas os blindados com lagartas conseguiram subir, como os veículos Clanf e M-113. Os veículos ‘Piranha’, que têm rodas com pneus, derraparam e ficaram na parte baixa da favela.
De acordo com a Polícia Federal, há 23 mandados de prisão em poder dos policiais. Estes são os bandidos que, a princípio, serão procurados. Como há criminosos sem mandados de prisão, é possível que eles simplesmente se disfarcem entre os moradores. Para os bandidos ainda não condenados ou sem denúncias formais contra eles, a única chance de captura é o flagrante delito.
Sem mochilas
Para evitar o que foi uma das propagandas negativas da operação no Alemão, no ano passado, desta vez os policiais não foram autorizados a subir o moro com mochilas pessoais. A medida visa a evitar que policiais se apropriem do ‘espólio’ de guerra, recolhendo dinheiro, armas e pertences dos traficantes ou mesmo de moradores. Houve denúncias de furto de bens e aparelhos eletrônicos na tomada do Alemão e da Vila Cruzeiro, o que prejudicou a imagem da polícia.