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Com PEC da 2ª instância no Congresso, Lula inicia viagens pelo Nordeste

Em seu discurso no sindicato dos metalúrgicos, após deixar a prisão, o ex-presidente disse que pretende percorrer o Brasil para dialogar com a esquerda

LULA: o ex-presidente foi libertado após a mudança de entendimento do STF sobre a segunda instância (Ueslei Marcelino/Reuters)

LULA: o ex-presidente foi libertado após a mudança de entendimento do STF sobre a segunda instância (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2019 às 06h19.

Última atualização em 14 de novembro de 2019 às 07h05.

São Paulo — Há quase uma semana fora da prisão, lugar onde passou 580 dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia nesta quinta-feira 14 um roteiro de viagens pelo Nordeste.

O primeiro compromisso do petista, que anunciou a intenção de percorrer o Brasil para dialogar com a esquerda, será participar da reunião da executiva do Partido dos Trabalhadores (PT) em Salvador, na Bahia. Já no domingo, Lula deve desembarcar em Recife, no Pernambuco, para participar do festival musical “Lula Livre”. 

Apenas um dia após deixar a sede da Polícia Federal em Curitiba, falando para milhares de espectadores no sindicato dos metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, São Paulo, o ex-presidente concluiu seu discurso prometendo percorrer o país para dialogar com a esquerda e alinhar a oposição ao governo.

O roteiro pelo Nordeste terá início ao mesmo tempo em que um grupo de parlamentares tenta avançar PECs a favor da prisão em segunda instância no Congresso, o que levaria Lula de volta para a prisão.

Atualmente, duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) com o objetivo de rever a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana estão tramitando no Congresso, uma no Senado, e outra na Câmara.

Os presidentes de ambas as casas, no entanto, não mostram simpatia pelos textos, que, além de desautorizar o STF, são vistos como inconstitucionais por alterar o que um grupo de juristas vê como uma cláusula pétrea da Constituição. 

“A nossa Constituição é sagrada. Naqueles pontos que não podem ser modificados, deveríamos respeitá-la”, disse na terça-feira o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Seu par no Senado, Davi Alcolumbre, também disse acreditar que a medida é inconstitucional, e sugeriu que, caso haja um real interesse de aprová-la, os congressistas deveriam colocar seus cargos à disposição e convocar uma nova assembléia constituinte.

Enquanto no Congresso o impasse da PEC da segunda instância deve perdurar por mais algumas semanas, Lula seguirá com o plano de viajar o país para dar maior unidade à oposição.

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