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Com falta de kits, SP só fará teste de coronavírus em pacientes graves

Segundo informação da Sociedade Brasileira de Infectologia, só pacientes com quadro grave da doença e profissionais de saúde realizarão os exames

Coronavírus: Médicos de hospitais particulares e públicos têm relatado lotação de leitos de UTI por conta de pacientes internados com a Covid-19 (Nacho Doce/Reuters)

Coronavírus: Médicos de hospitais particulares e públicos têm relatado lotação de leitos de UTI por conta de pacientes internados com a Covid-19 (Nacho Doce/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 18 de março de 2020 às 16h38.

Última atualização em 18 de março de 2020 às 16h41.

Já começaram a faltar os testes para diagnóstico do coronavírus nas unidades de saúde públicas e privadas do Estado de São Paulo, segundo informação da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). “O Instituto Adolfo Lutz, que produz os testes em São Paulo, não está dando conta do grande aumento da demanda”, diz o infectologista paulista Alexandre Naime Barbosa, da SBI.

Barbosa também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, e vem participando de reuniões com hospitais públicos e privados a respeito de planos de contingência das unidades de atendimento, para que seja possível atender mais pacientes com sintomas de coronavírus.

“A partir dos próximos dias, os kits de diagnósticos deverão ser direcionados a pacientes com quadros graves de infecção pelo vírus e aos profissionais de saúde, que estão na linha de frente do combate à doença”, afirma.

“O número de internações nos hospitais privados de São Paulo também está crescendo muito”, diz Barbosa. Por enquanto, a procura maior tem sido por parte de pessoas que fizeram viagens internacionais e contraíram o vírus em outros países. 

Médicos de hospitais particulares e públicos têm relatado lotação de leitos de UTI por conta de pacientes internados com a Covid-19. O Hospital das Clínicas informou que está reagendando cirurgias que não precisam ser feitas com urgência.

Procedimentos ambulatoriais também estão sendo remarcados. As medidas visam aumentar a capacidade de atendimento aos portadores do coronavírus e outros casos graves. 

No hospital Albert Einstein, uma das referências no tratamento da doença em São Paulo, há, no momento, 21 pacientes internados com coronavírus. Outros 24 casos suspeitos estão sendo diagnosticados.  

O coronavírus já infectou mais de 190.000 pessoas no mundo e vem se espalhando pela América Latina. No Brasil, a maioria dos 290 casos confirmados até a terça-feira, 17, estavam concentrados no Estado de São Paulo, onde há 264 infectados – três pessoas faleceram. A cidade de São Paulo decretou estado de emergência.

O governo estadual ordenou o fechamento de shopping centers, academias de ginástica, museus, bibliotecas e casas de recolhimento para idosos. A recomendação dos profissionais de saúde é que as pessoas não saiam de casa a não ser que precisem de atendimento médico. 

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