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Com esquerda em peso e até bolsonarista, PSD oficializa candidatura de Paes sem definir vice

Decisão deve ser anunciada até o dia 5 de agosto, e favoritos são Pedro Paulo e Eduardo Cavaliere

 (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

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Agência o Globo
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Publicado em 20 de julho de 2024 às 18h48.

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O PSD do Rio formalizou neste sábado (20), em convenção, a candidatura à reeleição do prefeito Eduardo Paes. Como era esperado, o partido não se debruçou sobre a principal novela do período pré-eleitoral na cidade: a escolha do vice de Paes na chapa. O indicado, que deve ser o deputado federal Pedro Paulo ou o estadual Eduardo Cavaliere, ambos do próprio PSD, tende a ser definido até o dia 5 de agosto.

A cerimônia foi conduzida pelo presidente da Câmara e presidente municipal do PSD, Carlo Caiado. Entre os aliados de outras siglas que estiveram no evento, havia até bolsonarista, mas principalmente representantes da esquerda.

— Essa aliança aqui é uma resposta àqueles que acham que a política tem que se apequenar. Política é sobre o esforço de produzir consensos a partir dos dissensos — disse Paes. — Espero que essa aliança se una em torno de um projeto de cidade.

Paes chega à campanha com cenário confortável. Na pesquisa Datafolha divulgada neste mês, aparece com 53%. Os adversários Tarcísio Motta (PSOL) e Alexandre Ramagem (PL) têm 9% e 7%, respectivamente.

Apesar de haver a leitura de que os demais candidatos vão crescer ao longo da campanha, aliados do prefeito acreditam em vitória no primeiro turno. Essa confiança foi reforçada por aliados durante a convenção.

Durante o discurso na convenção, Paes já preparou o terreno para o embate com Ramagem na área da segurança, uma das prioridades narrativas do candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao jogar para o governo do estado, chefiado por Cláudio Castro (PL), a maior parcela de responsabilidade pela segurança pública, o prefeito buscou associar Ramagem ao grupo que estaria fracassando nessa política.

— (O bolsonarismo) Nomeou até o secretário de segurança do estado. Vai lá e faz. Está na mão deles há seis anos, desde 2018, quando eu e Comte (Bittemcourt) perdemos eleição para aquele juiz 171 — afirmou, referindo-se a Wilson Witzel.

Escolha do vice

Como Paes tende a deixar o novo mandato no meio, caso reeleito, para concorrer ao governo estadual em 2026, a escolha do vice ganhou protagonismo na eleição deste ano. Nas outras três vezes em que conquistou a prefeitura do Rio, ele tinha a seu lado um vice “de composição” — quadros indicados por partidos aliados e que não seriam sucessores naturais.

Agora, o prefeito faz questão de que o vice seja alguém de seu próprio grupo político e que esteja pronto para assumir a cidade. Pedro Paulo sempre foi o favorito, mas é visto como alguém que leva consigo alguns problemas políticos para a campanha. Um deles é o episódio, já arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em que foi acusado de agredir a ex-mulher. Apesar do álibi jurídico, o caso permaneceu forte enquanto problema político para o deputado.

Cavaliere, por outro lado, não carrega esse tipo de passivo, mas tem apenas 29 anos e uma curta trajetória política. Mesmo assim, é muito valorizado por Eduardo Paes, de quem ganhou a confiança nos últimos anos. Até o período autorizado pela Justiça Eleitoral, era secretário de Casa Civil na cidade.

Aliados

A convenção contou com a presença das principais lideranças do partido no Rio, além de outros políticos que apoiam Paes este ano.

Um deles era o deputado federal Otoni de Paula (MDB). Bolsonarista, o parlamentar usou um adesivo com os dizeres “direita com Eduardo Paes pelo bem do Rio”. Apesar de o MDB dificilmente integrar a aliança, Otoni definiu por conta própria o apoio pessoal ao prefeito.

Pela esquerda, figuras do PT, PDT, PSB e PCdoB também prestigiaram. Entre elas, uma das adversárias de Paes na eleição de 2020, a deputada estadual pedetista Martha Rocha, com quem protagonizou duros embates há quatro anos. Solidariedade, PV, Cidadania, Podemos, PRD, Avante e Agir foram as outras legendas representadas.

— Estou rodeado aqui de amigos petistas, do PCdoB. Aliás, preciso sair daqui e fazer uma oração depois — brincou Otoni. — Vocês acham que vão levar o Eduardo, um cara que sempre foi de centro, e vão levar sozinhos? Não… Eduardo é de todos nós.

Em mais de um momento, Paes saudou a parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

— É um sujeito apaixonado pelo Rio. Não tem nada que eu peça para ele que ele não faça.

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