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Com decreto das armas, agenda de Bolsonaro começa a sair do papel

Cerimônia para assinatura do decreto deve contar com a participação de parlamentares da bancada da bala, que são favoráveis à medida

ARMAS: 61% dos brasileiros é contra flexibilização, segundo o Datafolha  / Ethan Miller/Getty Images (Ethan Miller/Getty Images)

ARMAS: 61% dos brasileiros é contra flexibilização, segundo o Datafolha / Ethan Miller/Getty Images (Ethan Miller/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 06h16.

Última atualização em 15 de janeiro de 2019 às 06h27.

Duas semanas depois de subir a rampa do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai cumprir uma de suas promessas de campanha ao anunciar, nesta terça-feira, regras mais flexíveis para a posse de armas de fogo. Com isso, mais brasileiros sem ficha criminal poderão guardar armamento em casa e no local de trabalho (desde que sejam os responsáveis legais pelo estabelecimento).

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a iniciativa deve incluir anistia para as pessoas que já possuem armas e que perderam o prazo de renovação, além de uma extensão do prazo de validade da autorização para a posse, passando de cinco para dez anos. A expectativa é que parlamentares da bancada da bala, que são favoráveis à medida a ser anunciada, participem da cerimônia no Palácio do Planalto.

De acordo com pesquisa Datafolha realizada em dezembro, 61% dos entrevistados disseram que a posse deveria “ser proibida, pois representa ameaça à vida de outras pessoas”– no levantamento anterior, de outubro, esse número era de 55%. Mas, na prática, o que se viu é que o registro de novas armas cresceu 6,35% no país, passando de 45.443 para 48.330 em 2018. Além disso, a procura por cursos de tiros também aumentou: o número de certificados do tipo CAC (colecionador, atirador esportivo ou caçador), emitido pelo Exército no estado de São Paulo, saltou 31% para 17.591 até novembro de 2018.

Ivan Marques, diretor do Instituto Sou da Paz, alerta que mais armas significam mais violência. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), liderada por Daniel Cerqueira, corrobora isso. Segundo o levantamento, 1% a mais de armas de fogo em circulação representa um aumento de 2% no total de homicídios. Em 2016, 71,1% dos 62.517 homicídios no Brasil foram causados por armas de fogo, de acordo com o Atlas da Violência, do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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