Brasil

Com covid-19, Bolsonaro volta a defender cloroquina preventiva

Diversos estudos apontam que a cloroquina, ao contrário do que o inicialmente previsto, não é capaz de melhorar quadros da covid-19

Bolsonaro: (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: (Adriano Machado/Reuters)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 7 de julho de 2020 às 12h50.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (7), em coletiva de imprensa, que está infectado com o novo coronavírus. Defensor da cloroquina, medicamento para doenças como malária, artrite reumatíde e lupus, Bolsonaro havia dito na noite passada à emissora de televisão CNN que estava se tratando com o remédio.

Nesta tarde, Bolsonaro afirmou que "a cloroquina é a cura imediata" à doença e que não ficará isolado, contrariando recomendações médicas e da Organização Mundial da Saúde. "Ontem às 17 horas tomei o primeiro comprimido de cloroquina. Confesso que depois da meia noite eu consegui sentir melhora. Às 5 da manhã tomei a segunda dose da cloroquina e confesso a vocês, estou perfeitamente bem", disse ele.

Essa não é a primeira vez que o presidente brasileiro defendeu o uso da medicação, mesmo ela não tendo eficácia comprovada cientificamente, e estar ligada a mais mortes em alguns estudos. Pesquisas apontam que a cloroquina, diferentemente do que o inicialmente se pensava, não é capaz de melhorar quadros da covid-19. Publicada em maio deste ano no respeitado periódico científico New England Journal of Medicine, outra importante pesquisa sobre o medicamento foi feita com 1.376 pessoas e apontou que os pacientes que tomaram o remédio tiveram mais chances de ter insuficiências respiratórias do que aqueles que não a tomaram. Não o contrário.

Outro estudo francês publicado nesta terça, realizado com quase 55.000 pacientes, "não sugere que o uso de antimaláricos sintéticos (APS) a longo prazo tenha um papel preventivo quanto ao risco de hospitalização, intubação ou morte relacionada com a covid-19".

Mais cedo neste ano, o presidente americano Donald Trump disse que tomava a medicação diariamente de forma preventiva. A cloroquina não é recomendada pela Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa dos EUA, e tampouco pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusJair BolsonaroRemédios

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas