Brasil

Com bloqueios orçamentários, Ibama pode ficar sem verba até dezembro

Restam para as ações de fiscalização do Ibama até o fim do ano pouco menos de R$ 19 milhões, segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento

Ibama: nas últimas semanas, o aumento do desmatamento e dos focos de incêndio na Amazônia tem feito o governo federal ser alvo de críticas (Gustavo Basso/Getty Images)

Ibama: nas últimas semanas, o aumento do desmatamento e dos focos de incêndio na Amazônia tem feito o governo federal ser alvo de críticas (Gustavo Basso/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de setembro de 2019 às 09h36.

São Paulo — Com os bloqueios orçamentários feitos neste ano, as ações do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) correm o risco de não ter recursos para encerrar o ano.

É o que indica uma análise dos valores disponíveis e do que já foi empenhado (autorizado para gasto) neste ano pelos dois órgãos ligados ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), que recebem a maior fatia dos recursos da pasta.

Nas últimas semanas, o aumento do desmatamento e dos focos de incêndio na Amazônia tem feito o governo federal ser alvo de críticas no Brasil e no exterior.

Restam para as ações de fiscalização do Ibama até o fim do ano pouco menos de R$ 19 milhões. Os dados foram obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), da Secretaria de Orçamento Federal.

Procurado, o ministério informou que os valores bloqueados dos dois órgãos estão em fase de negociação com a área econômica do governo, "que já sinalizou com a possibilidade de liberação de limites" ainda em setembro.

A pasta disse ainda estar reavaliando contratos, para reduzir gastos. Desde o início do ano, a gestão Jair Bolsonaro empenhou para as ações de fiscalização do Ibama pouco mais de R$ 68 milhões — média de R$ 8,5 milhões por mês. Por esse cálculo, o que resta em caixa daria para só mais dois meses de fiscalização de crimes ambientais, como desmatamento.

 

 

É na estação seca, de abril a outubro, que o desmate se intensifica na Amazônia, período também de fiscalização mais intensa. Mas ao longo de todo o ano ocorrem ações de fiscalização na região e no restante do país.

Só em janeiro e fevereiro há diminuição da atividade na Amazônia, por causa das chuvas, que dificultam o trânsito pelas estradas. Se a mesma aplicação ocorrida ao longo do ano fosse mantida, seriam necessários cerca de R$ 34 milhões para pagar as ações até o fim de dezembro.

A verba autorizada para este fim no início do ano, de R$ 102 milhões, sofreu contingenciamento (bloqueio) de R$ 15,6 milhões (15%).

Futuro

O mesmo problema tende a ocorrer no ano que vem. Para as ações de controle e fiscalização ambiental do Ibama, o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2020 prevê R$ 76,8 milhões.

Um valor já bem menor do que o aplicado no ano passado, por exemplo. A Lei Orçamentária de 2018 previa R$ 110 milhões e foram empregados cerca de R$ 89 milhões.

O Ministério do Meio Ambiente informou que a proposta orçamentária para 2020 enviada ao Congresso foi realizada "de acordo com os referenciais monetários da Secretaria de Orçamento Federal", do Ministério da Economia, e "reflete a situação fiscal que o País enfrenta". Para se adequar, o Ibama e o ICMBio estão reavaliando e renegociando seus contratos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:DesmatamentoIbamaMinistério do Meio AmbienteRicardo Salles

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas