A iniciativa pretende desenvolver sistemas e produtos com potencial de aplicação nacional e internacional, por meio da colaboração entre academia e setor produtivo (USP/Reprodução)
Repórter
Publicado em 3 de maio de 2025 às 08h00.
A operadora Claro, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Universidade de São Paulo (USP) anunciaram uma parceria estratégica para a criação de um Centro de Pesquisa Aplicada (CPA) voltado ao desenvolvimento de soluções baseadas em tecnologias emergentes, como a quinta geração de serviços móveis (5G) e inteligência artificial (IA) generativa.
O novo centro será instalado no campus da USP, na Cidade Universitária, em São Paulo, e terá como foco inicial cerca de 40 projetos de pesquisa aplicada, distribuídos entre as verticais de cidades inteligentes (smart cities), indústria 4.0 e agrotecnologia (agrotech).
A iniciativa pretende desenvolver sistemas e produtos com potencial de aplicação nacional e internacional, por meio da colaboração entre academia e setor produtivo.
O anúncio foi feito durante o Web Summit Rio, nesta semana, e marca o investimento conjunto de mais de R$ 40 milhões ao longo de cinco anos.
O vice-presidente do centro de pesquisa será o professor universitário e diretor do hub de inovação beOn Claro, Rodrigo Assad. Segundo ele, a iniciativa reforça a aposta da operadora em inovação tecnológica e na colaboração com o ecossistema de pesquisa.
"Enquanto operadora, temos acesso a tecnologias com um potencial imenso, que ainda não foi explorado em sua totalidade, e a conexão com a pesquisa acadêmica é fundamental para desbloquear a capacidade das tecnologias emergentes para o benefício dos negócios e da sociedade", afirma Assad.
A escolha da USP para liderar o projeto foi realizada por meio de edital publicado em agosto de 2024.
"O centro em parceria com a Claro cria oportunidades significativas para a pesquisa e o desenvolvimento de aplicações inovadoras em sistemas inteligentes, integrando técnicas de IA generativa em redes avançadas sem fio", diz Eduardo Zancul, professor da Escola Politécnica da USP e diretor do novo CPA.
Além de fomentar pesquisas de ponta, a expectativa dos parceiros é que os projetos resultem em soluções escaláveis para empresas, cidadãos e governos, com impacto duradouro sobre a economia brasileira.
Para o professor Marcio de Castro, diretor científico da Fapesp, a criação do centro também cumpre o papel de formação de profissionais qualificados e de estímulo à transferência de conhecimento entre universidades e o setor produtivo.
"O financiamento de pesquisas nas áreas de redes, cidades inteligentes, indústria 4.0 e agrotech é fundamental para promover inovação tecnológica com impacto real na sociedade", afirma Castro.
O grupo de pesquisadores selecionado contará com a participação de mais de cem especialistas, além de cientistas vinculados a nove instituições parceiras, incluindo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP) e outras universidades de ponta.