Fernando Haddad e Lula: um insucesso de Haddad será uma derrota para Lula, que impôs seu nome como candidato (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2012 às 17h15.
São Paulo - Neste domingo, cerca de 140 milhões de brasileiros irão às urnas para escolher 5.566 prefeitos e milhares de vereadores, e uma das cidades que mais atrai a atenção é São Paulo, onde o candidato de Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad, está na disputa para chegar ao segundo turno com José Serra e Celso Russomano.
A atividade dos candidatos serão encerradas amanhã. O Ministério da Defesa anunciou que cerca de 40 mil militares atuarão para garantir a segurança das eleições.
Ao contrário de outras capitais, onde existem grandes favoritos, como no Rio de Janeiro, em São Paulo as pesquisas apontam três candidatos praticamente empatados e com possibilidades de ir para o segundo turno, que será realizado no dia 28 de outubro.
O líder nas pesquisas é o ex-apresentador Celso Russomanno, do Partido Republicano Brasileiro (PRB) e apoiado pela Igreja Universal, que chegou a ter 35% das intenções de voto mas que agora está com 25%. Em segundo está o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Sua intenções de voto estão por volta de 23%, quatro pontos à frente do ex-ministro de Educação Fernando Haddad, escolhido a dedo por Lula como candidato do Partido dos Trabalhadores (PT).
"Qualquer coisa pode ocorrer no domingo em São Paulo. Há dois candidatos cujos índices de intenções de voto estão empatados (Serra e Haddad), um que está caindo rapidamente (Russomanno) e um em quarto lugar e subindo muito (Gabriel Chalita)", disse nesta sexta-feira à Agência Efe o analista político Luciano Dias, diretor da agência Consultoria Política.
Um insucesso de Haddad será uma derrota para Lula, que impôs seu nome como candidato e participou da campanha em um estado que tradicionalmente tem certa resistência ao ex-presidente.
"Lula fez uma aposta arriscada para tentar agradar o eleitorado conservador de classe média e parece que não funcionou", opinou Dias.
A difícil situação do PT obrigou a presidente Dilma Roussef a participar na segunda-feira passada, ao lado de Lula, de um comício de Haddad.
A presidente também participou nesta semana de um ato de campanha em Belo Horizonte, onde esteve em um comício do candidato do PT, Patrus Ananias.
No entanto, as pesquisas indicam que Marcio Lacerda, do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e atual prefeito da capital mineira, pode ser reeleito no domingo sem necessidade de segunda turno, o que significaria outro fracasso para o PT.
Lula está concentrado na campanha de São Paulo para tentar melhorar um pouco a situação do PT, que segundo as enquetes pode ser o partido que mais perderá prefeituras.
O PT governa atualmente sete das 26 capitais do país, mas as pesquisas só indicam o partido como favorito para ganhar em Goiânia, enquanto em outras quatro (Salvador, Fortaleza, João Pessoa e Rio Branco) seus candidatos têm possibilidades de passar para o segundo turno.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com 57% das intenções de voto, encaminha-se para uma vitória contundente.
Em Porto Alegre, cidade onde PT é tradicionalmente forte, o partido pode ter uma grande derrota, pois as pesquisas mostram que o prefeito José Fortunati, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), vencerá no primeiro turno.
Situação parecida ocorre em Recife, onde Humberto Costa, ex-ministro de Lula, tem 16% nas enquetes, lideradas por Geraldo Julio, do PSB, com 41%.