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Com Aloysio e Aécio, PSDB terá chapa puro-sangue

Senador paulista foi escolhido como candidato a vice-presidente na primeira "puro-sangue" do PSDB desde 1989.

PSDB anuncia senador Aloysio Nunes como vice na chapa com Aécio Neves para eleição presidencial (Antônio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

PSDB anuncia senador Aloysio Nunes como vice na chapa com Aécio Neves para eleição presidencial (Antônio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 18h19.

Brasília - O senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP) foi escolhido pelo candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, para ser seu companheiro de chapa como candidato a vice-presidente, a primeira "puro-sangue" do partido desde 1989.

O anúncio foi feito pelo próprio Aécio nesta segunda-feira, último dia permitido pela Justiça eleitoral para formalização da chapa, após reunião da Executiva Nacional do PSDB em Brasília.

O candidato tucano vinha mantendo suspense sobre quem escolheria para a vice.

Além do senador paulista, foram cotados o ex-governador paulista José Serra, o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati, que deve concorrer ao Senado, e a ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie, que na semana passada era a favorita para ser escolhida.

Até mesmo o nome de Henrique Meirelles, ex-tucano e presidente do Banco Central durante os dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chegou a ser ventilado.

Mas como o PSD, partido ao qual Meirelles está filiado hoje, decidiu pelo apoio formal à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), essa opção se inviabilizou.

"As razões para a escolha de Aloysio, num momento em que nós tínhamos tantos outros nomes extremamente qualificados... não foram as conveniências da campanha, mas sim os interesses do Brasil que me levaram a essa decisão", disse o mineiro a jornalistas, ao anunciar sua decisão, comunicada na noite do domingo a Aloysio, líder da bancada tucana no Senado.

Ex-membro do Partido Comunista Brasileiro, nos tempos da ilegalidade do PCB, Aloysio participou da Aliança Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira contra a ditadura militar, e acabou se exilando no exterior quando soube que haveria um pedido de prisão preventiva contra ele.

Na França, graduou-se em Economia Política e fez mestrado em Ciência Política pela Universidade de Paris. De volta do Brasil, pelo PMDB foi deputado estadual e vice-governador de São Paulo, eleito na chapa de Luiz Antônio Fleury Filho.

Já filiado ao PSDB, foi deputado federal e ocupou dois ministérios no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: Secretaria Geral da Presidência e Justiça. Em 2010 foi eleito senador.

Aécio é no momento o principal adversário de Dilma, que busca a reeleição, reprisando a polarização entre tucanos e petistas existente desde a eleição de 1994.

A escolha do senador tucano, que é próximo de José Serra, para companheiro de chapa deve garantir um peso maior para São Paulo, maior colégio eleitoral do país, na campanha do PSDB.

Esta é a primeira vez que o presidenciável tucano não é paulista --caso de Mario Covas (1989), José Serra (2002 e 2010) e Geraldo Alckmin (2006)-- ou não tem sua base política no Estado --como Fernando Henrique Cardoso (eleito em 1994 e reeleito em 1998).

“O senador Aloysio soma, e muito, sob todos os aspectos, a essa caminhada como o senador mais votado da história do Brasil”, disse Aécio, também senador e presidente do PSDB.

Também é a primeira vez, em 25 anos, que o PSDB apresenta uma chapa “puro-sangue”, com candidatos tucanos tanto para a Presidência da República quanto para a vice. Em 1989, a única vez antes que isso ocorreu, a chapa ao Planalto foi encabeçada por Mário Covas, tendo o senador Almir Gabriel como candidato a vice.

O presidente do DEM, que lidera a bancada do partido no Senado, José Agripino (RN), disse aprovar a escolha e afirmou que tem participado ativamente das discussões eleitorais com Aécio.

“Eu acho que São Paulo, com 32 milhões de eleitores, é uma peça importante. Eu acho que o nome de Aloysio é um nome acima de qualquer suspeita. É um homem de grandes qualidades, teve 11 milhões de votos e ele por si só é uma garantia de perspectiva de bom resultado em São Paulo”, disse Agripino, que foi anunciado nesta segunda-feira como o coordenador-geral da campanha.

"Um Só Objetivo"

A escolha de Agripino como coordenador da campanha figura como um movimento que dá algum espaço ao partido que emprestou ao PSDB candidatos a vice em quatro eleições presidenciais, incluindo aí o tempo em que se chamava PFL.

O mineiro anunciou também os partidos que integram a coligação com o PSDB --DEM, Solidariedade, PTB, PTC, PTN, PMN e PTdoB--, dizendo que não ofereceu cargos ou participação na campanha para atrair outras legendas que acabaram fechando com a candidatura petista.

Havia expectativa de que partidos como o PR e o PP, que apresentavam divisões internas, não fechassem apoio a Dilma, assim como o PSD. As três siglas decidiram pelo apoio formal à candidata do PT.

Já o PTB anunciou na última hora que não apoiaria a candidatura a reeleição da presidente e entrou para a coligação tucana.

“A partir de agora somos um só grupo político com um só objetivo, que é o início de um novo ciclo de desenvolvimento, de ética e de esperança por que clamam todos os brasileiros", disse Aécio, afirmando ter palanques “estruturados” em diversos Estados.

“Estamos largando muito bem.”

Em convenção do DEM na tarde desta segunda-feira, em que a entrada da sigla na coligação foi formalizada, o tucano não poupou elogios aos democratas e prometeu que a aliança entre os partidos tem a intenção de “retomar o crescimento sustentável do Brasil”.

“Queremos a política fiscal que resgate a confiança do investimento para que o país, crescendo, possa também debelar o fantasma da inflação que volta a atormentar tantos brasileiros”, afirmou Aécio.

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