O candidato Alvaro Dias (Podemos) é entrevistado no fórum Amarelas ao Vivo de VEJA (Alexandre Schneider/VEJA)
Guilherme Dearo
Publicado em 19 de setembro de 2018 às 12h38.
Última atualização em 19 de setembro de 2018 às 14h37.
São Paulo - O candidato do Podemos Alvaro Dias está esperançoso com a vitória na corrida presidencial, ainda que as pesquisas eleitorais indiquem que ele tem 2% ou até menos de intenção de voto. Tanta convicção que ele não quer nem indicar um apoio a alguém no segundo turno.
Confira as principais falas do candidato durante entrevista no fórum Amarelas ao Vivo, da Revista VEJA, que aconteceu hoje (19) em São Paulo.
Segundo turno - "Não admito a hipótese de não ir ao segundo turno", disse. Ele também se recusou a dizer quem apoiaria no segundo turno, caso estivesse fora dele. "Admito a hipótese de ir para o segundo turno porque acredito na inteligência das pessoas, tenho esperança que o Brasil vai acordar". Ainda sobre o apoio de partidos, disse: "Apoio no segundo turno é apoio oportunista, de gente que quer lotear a política".
Desabafo - "Não tive espaço para expor minhas ideias. Corri o País que nem um maluco, mas agora as pesquisas mostram que 56% dos brasileiros dizem que não me conhecem, sendo que passei anos falando no Senado contra a corrupção. As pessoas estão distantes, enjoadas, desinteressadas, a política no Brasil apodreceu. Há esse desalento".
Voto no primeiro turno - "Considero o voto útil inútil. Ele é deseducar politicamente o cidadão. Temos que induzir o cidadão a escolher o melhor. Por isso existem dois turnos".
Sobre Temer - "Estamos em um momento crítico. A corrupção no Congresso existe porque do outro lado da rua, no Palácio do Planalto, está o grande corruptor".
Críticas ao PT e Haddad - "O Haddad é o porta-voz da tragédia. O PT é o atraso, é o estímulo à intolerância, pratica a riqueza para seus líderes e distribui pobreza. O desastre do governo Temer é o que ressuscita o PT, que volta a nos ameaçar. Qual caminho seguiremos? Caminhamos para a Venezuela ou caminhamos para uma França, uma Inglaterra, uma Alemanha?".
Senado e política - "Há um desencanto com o País e com a política. O Senado está cada vez pior. Pessoas talentosas se afastam da política. Já tive vontade de fazer a mala e ir pra casa. É um ambiente desconfortável", disse. Alvaro Dias também deu uma indireta a João Amoêdo: "Outros por aí preferem enriquecer primeiro e depois aparecem do nada dizendo que vem para salvar o Brasil, mas não tem experiência pública nenhuma".