Agência de notícias
Publicado em 5 de maio de 2024 às 08h50.
Após adiar a realização do Concurso Nacional Unificado (CNU), o governo só deverá definir uma nova data para a prova quando a situação no Rio Grande do Sul estiver normalizada. O estado decretou calamidade pública por causa das chuvas e já registrou 55 mortes.
A avaliação do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) é que será preciso aguardar o restabelecimento do transporte entre as cidades, checar condições dos locais de provas e da Policia Militar para fazer a segurança antes de remarcar o exame, que seria realizado neste domingo em todo o país.
Segundo a pasta, as provas já tinham chegado a Porto Alegre (RS), mas não foram distribuídas por causa dos estragos das enchentes, que afetou vários municípios do estado. A situação no estado foi o motivo para o adiamento do concurso, anunciado na sexta-feira pela ministra da Gestão, Esther Dweck.
Segundo interlocutores da ministra, a PM do RS informou ao governo que não havia condições de aplicar a prova no estado. Do universo de 2 milhões de inscritos, 80 mil candidatos são da região.
A avaliação da pasta foi que suspender a prova apenas no estado poderia gerar uma enxurrada de ações judiciais por limitações no próprio concurso, como falta de banco de questões para uma aplicação extra e acusações de favorecimento aos inscritos do estado, por terem acesso à dinâmica do exame, conhecimento das provas e mais tempo para estudar.
Além de aguardar a normalização da situação no Rio Grande do Sul, o governo terá que renegociar locais e salas onde as provas serão aplicadas em todo o país. São 3,6 mil pontos e 65 mil salas. Também será preciso rever a situação dos fiscais que estavam escalados para fazer a cobertura do evento e se será necessário contratar outros.
O comitê que trata do CNU vai se reunir no início da próxima semana para começar a tratar das questões operacionais envolvendo a nova data das provas. A expectativa é que seja em agosto.
A expectativa do governo é aproveitar as provas que já estavam prontas e para isso, o governo federal vai concentrar esforços para centralizar todos os cadernos em local seguro, avaliado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo o MGI, 65% das provas já estavam nos locais, onde os candidatos fariam o exame.
Como na ida, o transporte das provas para os locais de armazenamento será feito com escolta da PM local e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nas estradas. O governo assegura que não há risco de vazamento.
O governo vai publicar uma retificação no edital, com a nova data das provas e esclarecimentos, como por exemplo, como fica a situação do candidato que quiser pedir o dinheiro de volta.