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CNBB diz que reforma da Previdência é excludente

Para o Conselho, a reforma exclui da proteção social os que têm direito a benefícios

CNBB: o Conselho concorda que o sistema da previdência precisa ser avaliado e, se necessário, posteriormente, adequado à seguridade social (Wilson Dias/ABr/Agência Brasil)

CNBB: o Conselho concorda que o sistema da previdência precisa ser avaliado e, se necessário, posteriormente, adequado à seguridade social (Wilson Dias/ABr/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de março de 2017 às 17h32.

Brasília - O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota nesta quinta-feira, 23, para manifestar "apreensão" com relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que trata da reforma da Previdência.

"Buscando diminuir gastos previdenciários, a PEC 287/2016 "soluciona o problema", excluindo da proteção social os que têm direito a benefícios.

Ao propor uma idade única de 65 anos para homens e mulheres, do campo ou da cidade; ao acabar com a aposentadoria especial para trabalhadores rurais; ao comprometer a assistência aos segurados especiais (indígenas, quilombolas, pescadores...); ao reduzir o valor da pensão para viúvas ou viúvos; ao desvincular o salário mínimo como referência para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a PEC 287/2016 escolhe o caminho da exclusão", diz a nota do conselho que esteve reunido em Brasília desde a última terça-feira.

A Coluna do Estadão noticiou nesta quinta-feira que políticos do Nordeste teriam relatado ao presidente Michel Temer que muitos padres estão pregando contra a reforma da previdência nas missas.

Diante dos relatos, Temer estaria disposto a procurar a CNBB para defender a reforma.

Na nota, a CNBB concorda que o sistema da previdência precisa ser avaliado e, se necessário, posteriormente, adequado à seguridade social.

No entanto, a entidade afirma que os números do governo federal que apresentam um déficit previdenciário são diversos dos números apresentados por outras instituições.

"Não é possível encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias. É preciso conhecer a real situação da Previdência Social no Brasil", diz a entidade.

Segundo a CNBB, a PEC da reforma da previdência não considera a "opção inclusiva que preserva direitos".

A entidade defende que seja feita uma auditoria na dívida pública, taxados os rendimentos das instituições financeiras, revisão da desoneração de exportação de commodities, identificação e cobrança dos devedores da Previdência.

"Essas opções ajudariam a tornar realidade o Fundo de Reserva do Regime da Previdência Social - Emenda Constitucional 20/1998, que poderia provisionar recursos exclusivos para a Previdência."

Defende ainda a nota que o debate sobre a Previdência não fique restrito a uma "disputa ideológico-partidária, sujeito a influências de grupos dos mais diversos interesses".

"Quando isso acontece, quem perde sempre é a verdade."

Ao final, a CNBB convoca uma mobilização em torno da atual reforma da previdência, "a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados".

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