Cabos de transmissão de energia elétrica próximos a usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu (Adriano Machado/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2014 às 18h15.
Brasília - O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) elevou para 5 por cento o risco de déficit de energia em 2015 no Sudeste e Centro-Oeste do país, atingindo assim o risco máximo tolerável no sistema. No mês passado, o CMSE estimava esse risco em 4,7 por cento.
Para 2014, o CMSE manteve a perspectiva de que o risco de déficit é zero.
Segundo o coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro, o aumento do risco significa que, para novembro, a expectativa é de que as chuvas que deveriam abastecer represas de hidrelétricas vão ficar abaixo da média histórica.
"Se a previsão de chuva estivesse acima (da média histórica), o risco se reduziria", disse.
Castro disse que, na prática, o setor continua dependendo das chuvas. Se elas não vierem, o risco vai aumentando.
"A coisa mais imprevisível do setor elétrico é a chuva. Tem modelagens computacionais que tentam simular isso, mas pode chover em um dia toda a chuva do mês e em um mês não chover a água de um dia", disse.
Para a região Nordeste do país, o risco de faltar energia em 2015 teve uma ligeira queda, para 0,7 por cento, ante 0,8 por cento na reunião de outubro do CMSE.
O cálculo desse risco de faltar energia é feito levando em conta a geração disponível e uma série histórica de chuvas nas bacias das hidrelétricas.
Na nota, o CMSE afirma que, em outubro, choveu acima do normal na metade sul da região Sul do país, e abaixo do normal nas demais regiões. No Sudeste/Centro-Oeste, por exemplo, as afluências em outubro ficaram em 64 por cento da média histórica.
Texto atualizado às 19h14min do mesmo dia.