Brasil

Clube Militar pede medidas judiciais contra CNV

Texto diz que documento da CNV envereda pela calúnia e difamação ao apontar nomes de militares que, segundo a comissão, teriam cometido crimes contra humanidade


	CNV: documento do Clube Militar diz que relatório final da CNV é uma "ignomínia imperdoável"
 (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

CNV: documento do Clube Militar diz que relatório final da CNV é uma "ignomínia imperdoável" (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 14h52.

São Paulo - Após analisar o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o Clube Militar divulgou novo texto para seus associados no qual pede medidas judiciais contra os "crimes" cometidos pela comissão. 

Intitulado Uma Mácula a ser Limpa e assinado pelo general da reserva Gilberto Rodrigues Pimentel, o texto diz que o documento da CNV envereda pela calúnia e difamação ao apontar nomes de militares que, segundo a comissão, teriam cometido crimes contra humanidade, como sequestro e tortura, considerados imprescritíveis pelo direito internacional.

"Há no seu conteúdo muitas pessoas, mortas e vivas, que em momento algum tiveram os seus nomes vinculados a qualquer evento que pudesse levá-los a estar nesse relatório leviano", afirmou o general da reserva.

Entre os citados como "injustiçados" da "malfadada lista", estão o general Castelo Branco, que governou o país entre 1964-1967, e o brigadeiro Eduardo Gomes, "simplesmente o patrono da Força Aérea Brasileira".

"Nossas Forças Armadas têm obrigação de se manifestarem, até mesmo judicialmente, na defesa de sua história e de seus integrantes", afirma no texto.

Segundo o Clube Militar, "é inadmissível aceitar passivamente que uma comissão que se fez espúria, por suas próprias resoluções, resolva qualificar como criminosa toda cadeia de comando nacional, envolvendo presidentes, ministros e comandantes militares de toda ordem, por irresponsavelmente querer assim fazê-lo, sem nenhuma comprovação e seguindo unicamente seu juízo sectário".

O documento diz ainda que o relatório final da CNV é uma "ignomínia imperdoável" por propor um "pérfido maniqueísmo" que relegaria ao "esquecimento fraudulento" os crimes do "terrorismo" na década de 70.

Na quinta-feira passada, os clubes militares divulgaram lista com os nomes de vítimas da esquerda.

O levantamento, porém, continha erros.

"É, sim, uma questão de honra institucional a ser defendida", termina a nota, conclamando os militares a tomar as medidas jurídicas: "Com a palavra as Forças Armadas do Brasil".

Acompanhe tudo sobre:Crimecrime-no-brasilDitaduraHistóriaMortesViolência política

Mais de Brasil

Lula demite Nísia; Padilha assumirá Ministério da Saúde

Defesa Civil emite alerta severo de chuvas para São Paulo na tarde desta terça

Tarcísio diz que denúncia da PGR contra Bolsonaro 'não faz sentido nenhum' e critica 'revanchismo'

Pé-de-Meia: como funciona o programa e como sacar o primeiro pagamento