Brasil

Clima e crise causam queda de 8,6% na produção de grãos

Produção nacional encerrou 2009 com 133,8 milhões de toneladas, 11,6 milhões a menos que em 2008

Colheita de milho: produção do grão foi a que mais recuou em 2009 (Divulgação/New Holland)

Colheita de milho: produção do grão foi a que mais recuou em 2009 (Divulgação/New Holland)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2010 às 10h51.

Rio de Janeiro - A produção nacional de grãos encerrou o ano de 2009 com 133,8 milhões de toneladas, o que representou uma queda de 11,6 milhões de toneladas em relação ao ano anterior (-8,6%). Esse recuo foi influenciado, principalmente, pela queda nas produções do milho (-8,27 milhões de toneladas), da soja (-2,49 milhões de toneladas), do algodão herbáceo (-1,09 milhões de toneladas) e do trigo (-972 mil toneladas).

Os dados fazem parte da Pesquisa Agrícola Municipal – Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, divulgada hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento investiga 64 produtos, em 5.565 municípios.

De acordo com o documento, "entre os principais fatores que explicam essa redução na produção estão problemas climáticos, com estiagem em algumas regiões e chuvas fortes em outras, diminuindo a produtividade das lavouras; além da crise mundial do crédito que prejudicou o custeio da produção e causou incertezas sobre a comercialização futura de alguns produtos".

A falta de chuvas prejudicou a safra da soja (-4,2%), principalmente no Paraná. Já Mato Grosso se manteve líder na produção, com 17,96 milhões de toneladas, e os municípios que mais se destacaram nessa cultura foram Sorriso (1,84 milhões), Sapezal (1,11 milhões) e Nova Mutum (1,05 milhões). Também por problemas climáticos, aliados aos estoques elevados e à baixa cotação, a produção do milho (50,6 milhões de toneladas) teve queda de 14,1%.


A produção de algodão herbáceo (2,9 milhões de toneladas) foi 27,3% menor do que a do ano anterior. O município baiano de São Desidério, maior produtor do país, foi o único que aumentou a área colhida e contribuiu com 485 mil toneladas (16,8% da produção nacional).

Já a cana-de-açúcar (671,4 milhões de toneladas) registrou aumento de 4% em comparação a 2008. São Paulo, maior produtor nacional, concentrava 57,9% da produção, 0,7% a mais do que em 2008. Ainda assim, o clima prejudicou a colheita: Morro Agudo (SP), maior município produtor, teve redução de 22,6% na produção.

A produção nacional de arroz em casca (12,65 milhões de toneladas) também aumentou, superando em 4,9% a de 2008. O Rio Grande do Sul foi o maior produtor nacional (63,1%), com safra de 7,98 milhões de toneladas. O feijão teve incremento de 0,7% na produção e 8,4% na área plantada. O Paraná se manteve o principal produtor, com 22,6% no total nacional (787 mil toneladas).

Ainda segundo os dados da pesquisa, as 22 espécies de frutas pesquisadas geraram uma receita bruta de R$ 17,7 bilhões, 1,8% a mais do que no ano anterior apesar das quedas nas safras dos principais produtos desse grupo. A safra da laranja em 2009, de 17,6 milhões de toneladas, caiu 5%. A banana em cacho totalizou 6,78 milhões de toneladas (-3,1%). A safra da uva foi de 1,37 milhão de toneladas (-3,9%), interrompendo tendência de crescimento que se mantinha desde 2006. A área colhida somou 2,9 bilhões de hectares.

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