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Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2013 às 18h40.
Brasília - O Congresso viveu um dia de clima de campanha eleitoral nesta quinta-feira com eventos do PP e do PPS mobilizando governistas e opositores de olho nas alianças para a disputa do ano que vem.
O senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB à Presidência em 2014, e Ideli Salvati, ministra das Relações Institucionais do governo da presidente Dilma Rousseff, que buscará a reeleição ano que vem, foram à convenção do PP que elegeu sua nova comissão executiva.
Ideli justificou sua presença dizendo que o PP, que tem cinco senadores e 37 deputados, é um importante aliado e era preciso prestigiar o evento partidário. Mas tentou despistar o interesse eleitoral com vistas à eleição de 2014.
"Essa discussão a respeito de campanha e de reeleição obviamente cada um dos partidos tomará a decisão no tempo adequado", afirmou ao ser questionada se sua presença estava relacionada à busca de apoio do PP a Dilma ano que vem.
O PP não fez parte da aliança formal de Dilma em 2010, mas comanda o Ministério das Cidades, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada.
Aécio, que é sobrinho do presidente de honra do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), esperou a saída da Ideli do encontro para comparecer e discursar, pedindo abertamente inclusive o apoio da legenda.
"Não enxergo um Brasil justo e solidário sem o PSDB e o PP juntos no futuro na sua construção", disse o mineiro.
Ordem natural das coisas
Horas mais tarde, Aécio participou de um seminário do PPS, partido oposicionista e aliado dos tucanos nos últimos anos, que tem dado mostras que pode apoiar uma eventual candidatura presidencial de Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB.
O PPS realiza o seminário "A Esquerda Democrática Pensa o Brasil" até sábado e esperava inclusive a presença de Campos nesta quinta, mas o governador viajou para os Estados Unidos e não compareceu.
O partido também convidou o ex-governador paulista e candidato presidencial tucano derrotado em 2002 e 2010, José Serra, para os debates, sendo aguardado para sexta-feira.
No seminário, Aécio disse que assumirá o comando do PSDB em maio e que o tradicional aliado estará com os tucanos no futuro, tentando conter as especulações de que o PPS apoiaria a candidatura do PSB.
"Eu acredito muito nas coisas naturais na política, como na vida, e é natural nossa aliança... ela é focada nas nossas convicções de que é preciso mudar o Brasil e tenho absoluta convicção que no momento certo o PSDB e o PPS estarão juntos como já estiveram no passado", disse o tucano a jornalistas na saída do seminário.
Em fevereiro, o presidente do PPS disse à Reuters que a candidatura tucana é um das "hipóteses de trabalho" do partido, assim como a de Campos, do PSB, e até mesmo da ex-senadora Marina Silva, que tenta criar uma legenda a tempo de disputar as eleições de 2014.
Campos não foi ao evento do PPS, mas pediu que o líder da bancada na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS) o representasse. O PSB é um aliado histórico do PT de Dilma, mas o crescimento eleitoral da legenda nas eleições municipais do ano passado, quando elegeu 444 prefeitos, sendo seis capitais, impulsionou o desejo de candidatura própria à Presidência.
Desde então, o governador de Pernambuco tem participado de reuniões pelo país e feito discursos com críticas ao governo, indicando que entrará na disputa pelo Palácio do Planalto.
"Esse compromisso do passo adiante, do fazer mais, é um compromisso que está posto e nós não nos sentimos proibidos de debater isso. Ninguém impedirá os nossos partidos, o meu partido o PSB, de fazer o debate que o Brasil precisa fazer agora", disse Albuquerque, que tem acompanhado Campos nas articulações com os outros partidos.
A corrida presidencial do ano que vem ganhou um impulso antecipado em fevereiro, quando Lula apresentou Dilma como candidata à reeleição durante a comemoração de 10 anos do PT no comando do governo federal.