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Citado na lista de Fachin, Jucá fala em "calúnia coletiva"

Presidente do PMDB também garantiu que o governo não vai parar por causa da lista

Romero Jucá: senador, que já fez parte do governo Temer, é um dos campeões de citações, ao lado de Aécio Neves (Adriano Machado/Reuters)

Romero Jucá: senador, que já fez parte do governo Temer, é um dos campeões de citações, ao lado de Aécio Neves (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2017 às 13h08.

O líder do governo e presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR), afirmou nesta quarta-feira, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto, que o governo "não parou e nem vai parar" por conta da lista do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, que pede abertura de inquéritos contra a cúpula do governo.

Segundo Jucá, o presidente Michel Temer recebeu a notícia das delações da Odebrecht com tranquilidade. "Era natural", afirmou, dizendo que "todo mundo que disputou a eleição está ou estará na lista".

"O presidente está cobrando da equipe econômica os trabalhos de que as reformas sejam feitas rapidamente. Sejam debatidas com a base. O trabalho vai continuar no mesmo ritmo, nós não vamos ficar paralisados. O governo continua trabalhando normalmente."

Ao ser questionado se esse era o discurso que seria adotado pelo governo para tentar tirar o foco dos investigados, Jucá disse que ninguém no governo vai se esconder.

"Nós não vamos nos esconder, nós não devemos nada, nós vamos trabalhar, nós vamos cumprir o nosso papel. Eu quero que tudo seja apurado rapidamente", afirmou.

Jucá, que ao lado do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), tem o maior número de inquéritos, cinco cada, disse que está "a disposição" e ainda que criou-se uma "calúnia coletiva".

"O que está em xeque, o que está em discussão, o que está sendo passado a limpo, é o modelo político", disse afirmando que o partido "vai responder com toda tranquilidade" as investigações.

Segundo Jucá, o modelo era contatar empresas e pedir doações, sem saber a origem dos recursos, e que elas doavam "movidas por diversos interesses", tudo dentro da legislação vigente.

"Você não ia falar com a empresa e perguntar se o dinheiro era do lucro liquido legal da empresa ou é do lucro em cima de uma obra superfaturada? Alguém perguntou isso a uma empresa na história política do Brasil? Não." O senador, que deixou o ministério do Planejamento após ser acusado de tentar barra a Lava Jato, disse ainda que operação "mudou o paradigma da política positivamente".

"Eu defendo a Lava Jato. Tenho certeza a Lava Jato mudou o paradigma da política no Brasil positivamente, porque vínhamos em campanhas políticas numa escalada de gastos que era algo que não tinha fim".

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