Eduardo Campos e Marina Silva: ele tenta colar sua imagem à dela (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2014 às 09h37.
São Paulo - Além de mostrar desgaste do governo e da candidatura de Dilma Rousseff (PT), a pesquisa Ibope revela que Eduardo Campos (PSB) tem potencial de crescimento graças à escolha da ex-ministra Marina Silva como candidata a vice-presidente.
A pedido da União dos Vereadores de São Paulo (Uvesp), entidade que pagou a pesquisa, o Ibope testou cenários com diferentes vices para o tucano Aécio Neves (José Serra, Tasso Jereissati e Aloysio Nunes), além de colocar Marina na chapa de Campos e Michel Temer na de Dilma.
Quando os nomes dos vices aparecem nas cédulas apresentadas aos entrevistados pelos pesquisadores do Ibope, os números de Dilma e Aécio praticamente não variam.
Marina, porém, provoca alteração significativa no panorama. Quando Campos é associado à ex-ministra, o pré-candidato do PSB fica com 17% a 18% das intenções de voto, a depender do cenário. Aécio, por sua vez, oscila entre 22% e 23%.
Há meses Campos tem procurado expor Marina como um trunfo eleitoral e colar sua imagem à dela. Ambos estrelaram o programa partidário do PSB, exibido no final de março.
Mas a pesquisa Ibope mostra que muitos eleitores somente associam o ex-governador de Pernambuco à ex-senadora quando estimulados diretamente. E, nesse caso, Campos cresce.
Terceira colocada na eleição presidencial de 2010, na qual acelerou na reta final e colheu mais de 19 milhões de votos, Marina é mais conhecida que Campos e ainda se beneficia do efeito "recall" - a tendência dos eleitores de declarar voto nas pessoas que encaram com mais familiaridade.
O "recall" não funciona, porém, quando ocorre a inclusão de Serra, candidato do PSDB em 2010, na chapa de Aécio. Com o ex-governador paulista como vice, o senador mineiro aparece no Ibope com 23%, praticamente o mesmo patamar alcançado com Tasso (22%) e Aloysio (22%).
O Ibope também mediu a influência de três conhecidos "cabos eleitorais" na campanha, ao perguntar aos entrevistados em quem votariam se Dilma fosse apoiada por Luiz Inácio Lula da Silva (40%), Aécio por Fernando Henrique Cardoso (22%) e Campos por Marina (18%).
A pesquisa entrevistou 2002 pessoas em 142 municípios do País entre 4 e 7 de junho. O nível de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima é de 2 pontos porcentuais.
O levantamento foi registrado sob o protocolo BR-00154/2014 no Tribunal Superior Eleitoral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.