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Cirurgia vai tirar Bolsonaro de atos na rua até as eleições em 1º turno

Filho mais velho, deputado estadual Flávio Bolsonaro disse que seu pai "inevitavelmente" não vai poder mais fazer campanha de rua

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de setembro de 2018 às 10h39.

São Paulo - Transferido na manhã da sexta-feira, 7, da Santa Casa de Juiz de Fora (MG) para o Hospital Israelita Albert Einstein, na capital, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) segue internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas em boas condições clínicas e consciente. Médicos ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo acreditam que será difícil o deputado retomar atividades de campanha de rua antes do primeiro turno das eleições, no dia 7 de outubro.

Filho mais velho de Bolsonaro, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse na sexta que seu pai, "inevitavelmente", não vai poder mais fazer campanha de rua. Flávio admitiu a possibilidade de os filhos representarem o pai em agendas externas.

"Vou tratar disso com ele amanhã (sábado), porque hoje (sexta) foi um dia cansativo para ele. Mas é inevitável, ele não vai mais poder fazer campanha em rua e vai usar os canais dele nas redes sociais", afirmou Flávio.

A equipe médica que cuida do presidenciável não deu estimativas de quando o político terá alta ou poderá retomar suas atividades normais, mas cirurgiões ouvidos pela reportagem avaliaram que será difícil voltar a fazer atos de rua antes da primeira fase da disputa presidencial. Isso porque, em casos similares, o paciente só é liberado para retornar ao trabalho no período de um a dois meses.

A cautela se justifica pela extensão da cirurgia e pela realização da colostomia (exteriorização do intestino grosso para a criação de uma saída para as fezes na parede abdominal), o que requer o uso de uma bolsa de coleta do material fecal. A equipe médica do candidato do PSL estima que ele deverá permanecer com a bolsa de colostomia por dois meses.

"Assumindo que tudo corra bem, o paciente costuma ficar pelo menos uma semana internado e cerca de um mês afastado. No caso de um indivíduo como ele, que estava fazendo agendas no meio da multidão, acho difícil a retomada desse tipo de atividade antes de quatro semanas", disse Guilherme Cotti, cirurgião do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.

O gastrocirurgião Eduardo Grecco, da Faculdade de Medicina do ABC, concordou que seria imprudente retomar agendas públicas antes do primeiro turno. "Ele deverá ficar um mês em repouso, podendo sair para pequenos trajetos. Isso o impossibilitaria de fazer campanha até o primeiro turno."

Remoção

Na sexta-feira de manhã, Bolsonaro foi levado de jatinho de Juiz de Fora até o aeroporto de Congonhas. De lá, foi de helicóptero até o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona sul), de onde seguiu em uma ambulância até o Einstein, localizado no mesmo bairro.

Na noite de quinta-feira, após a conclusão da cirurgia de Bolsonaro na Santa Casa de Juiz de Fora, o médico Antonio Luiz Vasconcellos Macedo, um dos maiores especialistas em cirurgia do aparelho digestivo e membro do corpo clínico do hospital paulista, viajou às pressas para a cidade mineira para avaliar as condições de saúde do deputado e o melhor momento para a sua transferência.

Após dar entrada no Einstein, às 10h43, Bolsonaro passou por tomografia e exames de sangue. "Os exames não revelaram nenhuma doença que tenha complicado o caso. Todas as lesões são delicadas, mas foram corrigidas em Juiz de Fora", disse Macedo ao jornal O Estado S. Paulo.

Ele confirmou que o político sofreu lesões nos intestinos grosso e delgado e em vasos sanguíneos do órgão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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