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Ciro Gomes questiona tripé macroeconômico

Candidato diz que taxa de crescimento deve chegar a, ao menos, 5% ao ano, pedindo revisão do modelo de metas de inflação, metais fiscais e câmbio flutuante

Ciro: "Nós impusemos ao Brasil uma meta de inflação, impusemos ao Brasil um superávit primário apurado de forma tosca" (Sergio Moraes/Reuters)

Ciro: "Nós impusemos ao Brasil uma meta de inflação, impusemos ao Brasil um superávit primário apurado de forma tosca" (Sergio Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de maio de 2018 às 19h52.

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, questionou nesta terça-feira o chamado tripé macroeconômico, dizendo que essa política foi formulada em uma "madrugada de emergência" e não leva em conta questões relevantes como a queda nos preços das commodities no mercado internacional.

Segundo Ciro, o Brasil precisa dar um salto na taxa de crescimento do PIB para pelo menos 5 por cento ao ano, e para isso será necessário rediscutir o tripé formado pelo regime de metas de inflação e metais fiscais e câmbio flutuante.

"É preciso pôr em discussão, sem dogma de fé, sem substituição de um dogma de fé por outro, mas colocando a nossa inteligência para refletir, essa trempe que se montou numa madrugada de emergência e que virou uma coisa indiscutível no Brasil, o tal do tripé macroeconômico", disse o candidato em discurso durante evento da Frente Nacional de Prefeitos com presidenciáveis.

"Nós impusemos ao Brasil uma meta de inflação, impusemos ao Brasil um superávit primário apurado de forma tosca."

O chamado tripé macroeconômico foi implantado no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e foi mantido pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num momento em que o Brasil se beneficiou de uma alta expressiva no preço das commodities no mercado internacional.

Apesar de questionar o tripé macroeconômico, Ciro defendeu que a melhor inflação é "zero" e que a melhor conta fiscal é um "superávit maior possível".

"Para nós que somos mais comprometidos com o povo, é dai que vem o dinheiro para melhorar a educação, melhorar a saúde, enfrentar o drama da segurança, a questão da infraestrutura", disse.

"Desequilíbrio, conta ruinosa, não é bom para ninguém, mas apurar isso desconsiderando certas questões chega, porque o Brasil não aguenta mais."

PSB e PT

O pedetista, que disse em recente entrevista à Reuters que tem interesse "explícito" em formar uma aliança com o PSB, afirmou que não há o que se comemorar pela decisão do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa de desistir de concorrer à Presidência.

Barbosa se filiou ao PSB dentro do prazo estipulado para concorrer ao Planalto se assim decidisse, mas anunciou nesta terça-feira que não participará do pleito, apesar de aparecer bem colocado em pesquisa Datafolha do mês passado.

"A presença dele no debate era boa para o Brasil. Ele é uma pessoa que apesar de não ter vivência política, vem do Judiciário, mas é uma pessoa que representa um valor que o povo está procurando, que é decência, o enfrentamento da corrupção, e a ausência dele para mim não é de ser comemorada não", disse Ciro a repórteres após discursar.

Sobre as repetidas especulações a respeito de uma possível aliança com o PT, que ganharam ainda mais força após a prisão do ex-presidennte Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro disse que está claro que o PT terá candidato próprio.

"O PT tem candidato, tem repetidamente afirmado que tem candidato, e eu respeito isso.... portanto chega de intriga."

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