Ciro Gomes: "Eu estava falando sobre isso, ele (mestre de cerimônias) sequer ouviu e faz a mesma pergunta que estava falando e ele interrompeu" (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de junho de 2018 às 18h44.
Belo Horizonte - O pré-candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), foi vaiado durante a realização do 35º Congresso Mineiro de Municípios, voltado para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores das cidades mineiras, realizado no Mineirão.
Após fazer suas considerações iniciais e ser interrompido pela organização, o pedetista se recusou a responder uma nova pergunta e abandonou o evento.
Antes de subir ao palco, Ciro chegou a ser aplaudido por parte da plateia. No entanto, o clima mudou após ser interrompido quando respondia a uma pergunta.
O pedetista foi questionado sobre repasses da União e como melhorar a arrecadação dos municípios. Em sua resposta o presidenciável defendeu a instauração de uma reforma tributária.
"Eu estava falando sobre isso, ele (mestre de cerimônias) sequer ouviu e faz a mesma pergunta que estava falando e ele interrompeu. Então está respondido", disse o pré-candidato, o que provocou vaias na plateia.
O pedetista afirmou que não tinha sido avisado de que teria apenas cinco minutos para responder as questões, mas de que teria trinta minutos para falar. Ele ainda tentou justificar e voltar a falar, mas ficou irritado com a reação do público.
Ciro chegou a ser aplaudido ao questionar sobre a presença do outro pré-candidato a presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, e afirmou querer governar o país para restaurar a autoridade.
No entanto, o pré-candidato se recusou a fazer as considerações finais e deixou o palco antes da hora prevista. O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, pediu educação para o público e disse que o pedetista tinha o direito a fazer as reclamações sobre a organização do evento.
O debate, realizado também com outros pré-candidatos à Presidência, tinha como regra a definição de tempo limite para todos os que falavam ao palco. Os presidenciáveis tinham cinco minutos para fazer uma introdução, depois respondiam a duas perguntas, com cinco minutos de resposta para cada questão, e, em seguida, mais cinco minutos para as considerações finais. Alvaro Dias (Podemos), que antecedeu a apresentação de Ciro, chegou a ter o microfone cortado quando excedeu o tempo.
Ao subir para o palco do Congresso, Ciro Gomes chegou acompanhado do pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Marcio Lacerda (PSB). Cotado para ser o vice de Ciro, o ex-prefeito de Belo Horizonte foi saudado pelo pedetista como "futuro governador de Minas Gerais".
O deputado federal, Reginaldo Lopes (PT), foi o escolhido pelo partido para ler uma carta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência, mesmo condenado em segunda instância e preso na Lava Jato.
Após fazer críticas ao atual governo federal e dizer que a dívidas dos municípios foi provocada pela assinatura da PEC do Tetos dos Gastos, Lopes foi também vaiado por grande parte da plateia, ao fim de seu breve discurso.