Brasil

Lula não é Deus nem Satanás, diz Ciro Gomes no Jornal Nacional

O momento mais tenso foi quando o candidato foi questionado sobre seu compromisso com Carlos Lupi, presidente do seu partido

Ciro Gomes no Jornal Nacional (Facebook/Campanha/Divulgação)

Ciro Gomes no Jornal Nacional (Facebook/Campanha/Divulgação)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 27 de agosto de 2018 às 20h01.

Última atualização em 28 de agosto de 2018 às 17h31.

São Paulo - Ciro Gomes disse nesta segunda-feira (27) que Lula "não é um Deus nem um Satanás" como setores diferentes da sociedade o caracterizam.

O candidato do PDT (Partido Democrático Trabalhista) foi o primeiro entrevistado da série do Jornal Nacional com os presidenciáveis.

O candidato foi questionado sobre temas como corrupção, segurança pública, governabilidade, endividamento e diferenças com sua vice, Kátia Abreu.

A conversa foi com os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos e durou pouco mais de 27 minutos.

O momento mais tenso foi quando o candidato foi questionado sobre seu compromisso com Carlos Lupi, presidente do seu partido, mesmo ele sendo réu por improbidade administrativa na Justiça Federal do Distrito Federal. Ciro negou que ele seja réu e reafirmou que Lupi "tem a minha confiança cega”.

A já tradicional série de sabatinas continua com Jair Bolsonaro na terça-feira (28), Geraldo Alckmin na quarta-feira (29) e Marina Silva na quinta-feira (30). A ordem foi determinada por sorteio.

Foram convidados, segundo a emissora, "os principais candidatos da pesquisa da semana anterior que estejam aptos para estar presencialmente no estúdio".

Isso já exclui, por definição, o candidato líder nas pesquisas: Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, que está preso desde abril.

Todos os candidatos agendados também devem ser, em seus respectivos dias, entrevistados um pouco mais tarde, às 22 horas, pelo programa Central das Eleições, transmitido pela Globo News.

Veja como foi a cobertura ao vivo da entrevista em EXAME.com:

21h02 - Entrevista encerrada

21h01 - Sobre governabilidade, Ciro diz que presidente começa com "poderes quase imperiais"

Questionado sobre sua capacidade de governar diante da falta de alianças, Ciro citou outros exemplos de candidaturas fortes eleitoralmente com pouca base partidária, como a de Marina Silva (Rede).

Ele disse que sua estratégia é deixar clara sua agenda para que possa explorar os “poderes quase imperiais” que qualquer presidente eleito tem nos primeiros seis meses de governo.

Ele também expressou a vontade de "redesenhar o entendimento fiscal em troca de um redesenho do pacto federativo", notando estados e municípios estão quebrados, como parte de angariar apoio.

Ciro completou que pretende usar o instrumento de plebiscitos e referendos para quebrar impasses.

20h55 - Vice Kátia Abreu foi escolhida justamente por ser diferente, diz Ciro

Bonner perguntou sobre as diferenças de Ciro com a sua vice de chapa, Kátia Abreu, em temas como porte de armas, demarcação de terras indígenas e desmatamento, e como ele poderia unir as esquerdas com este tipo de pauta.

Ciro disse que nunca declarou querer unir as esquerdas ("Eu nunca imaginei que o PT deixaria de ter candidato próprio pra me apoiar”) e que esse não é o objetivo da sua candidatura.

“Katia Abreu não vem porque é igual a mim, vem porque é diferente”, disse ele completando que "estamos de pleno acordo que nos complementamos".

Ele citou os votos contrários de Abreu ao "golpe" e à reforma trabalhista como convergências.

20h49 - Ciro Gomes é questionado sobre plano de redução do endividamento

Bonner classificou como “slogan fácil” a reiterada promessa, feita por Ciro, de tirar o nome de dezenas de milhões de brasileiros do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)

“Eu vou tirar o nome do povo brasileiro do SPC mesmo”, disse Ciro, completando que “não é porque sou bonzinho não, é porque tenho um projeto”.

O candidato entregou para Bonner uma cartilha em que diz estarem os detalhes do programa, prometendo que ele não envolveria dinheiro público.

“Qualquer coisa que vem para pobre ou para classe média eles ficam pirados”, disse Ciro sobre seus adversários, notando que a mesma hostilidade nunca aparece quando o governo promove os Refis, programas de refinanciamento de dívidas empresariais.

20h44 - Ciro Gomes diz que Lula "não é um Deus nem um Satanás"

O candidato foi questionado sobre uma declaração antiga de que teria avisado Lula da corrupção na Transpetro muito antes das revelações da Lava Jato, e que o presidente não teria feito nada.

Os jornalistas perguntaram se não teria sido o papel de Ciro, como ministro, fazer uma denúncia formal.

O candidato disse que quem denuncia tem o ônus da prova e que ele não tinha a capacidade investigativa para fazer valer a sua palavra.

Ele completou que "Lula foi um bom presidente pro Brasil. Ele foi um presidente que tive a honra de servir e que fez muita coisa boa", mas que os ganhos foram perdidos no governo de Dilma Rousseff.

20h39 - Ciro Gomes comenta sobre o Operação Lava Jato

A primeira pergunta foi sobre como Ciro poderia convencer o eleitor de seu apoio à Operação Lava Jato sendo que já fez declarações polêmicas sobre ela, como a de que receberia o juiz Sérgio Moro à bala e que colocaria o Ministério Público "de volta na caixinha".

Ciro Gomes disse que apóia a operação "porque ela é uma virada de página" na história de impunidade no país, mas que ela só prestará seu serviço se for vista como "equilibrada".

"O lado do PSDB não tem nenhum na cadeia", apontou Ciro, ressaltando também que "neste momento há muitos abusos. Você não tem ideia do que tem sofrido os prefeitos municipais".

Acompanhe tudo sobre:Carlos LupiCiro GomesEleições 2018EntrevistasGlobo

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas